Opinião

A cidade dos que não querem dormir

Lisboa está na moda. Por ser barata, quente e alegre. Os motivos são vários, na verdade, intermináveis, e com isto chegam os turistas. São aos milhares e fazem-me perder nas minhas próprias ruas. De repente, estou num hotel gigante, com dificuldades em chegar à outra ponta do corredor do meu quarto.

Depois das semanas do surf, que encheu as praias de Carcavelos, Guincho e Peniche (foram mesmo mais de 80.000 num dos últimos dias) regressou o sol. Não lhe resisto, claro, e viro as costas a casa. Aproveito todos os seus raios enquanto (ainda) é tempo, seja na praia ou nas ruas. Mas não estou sozinho.

Uma vez mais, Lisboa está na moda. E está na moda em tudo e todas as estações. No sol de verão e no de inverno; na chuva que tanto nos incomoda e na queda das primeiras folhas de outono. Está na moda pelo surf, pela vida nocturna, pelos espaços alternativos e pela segurança. É a cidade a que todos querem vir. E vêm.

Se Portugal organizou mais de uma centena de festivais de verão, Lisboa em si não fica atrás na quantidade de concertos, exposições, qual quê?, eventos que apoia e traz a todos os alfacinhas. Não há dia em que pare. Se Nova Iorque é a cidade que nunca dorme, LX começa a ser, com as devidas proporções, a cidade dos que não querem dormir.

E, por isso mesmo, quem quer ser explorador vem a Lisboa — tem um leque de opções interminável ao seu dispor; para todos os gostos, idades e horas. Todos os dias. Faça chuva ou sol, Lisboa mexe.

Há tempos abri (como todos terão feito, certamente) uma notícia que elegia as melhores praias da Europa — não, perdoem-me, do mundo! Lá estávamos, claro. Pouco depois, surgiu a das ‘melhores cidades para visitar este ano’, ou ainda ‘melhor vida noturna’. E muitas mais foram por aí publicadas.

Qual TripAdvisor a aconselhar, Lisboa encheu como nunca no último verão. Vindos de norte, sul, este e oeste, visitaram-nos de todo o lado. Parecem ter ficado. Agora, às portas de novembro, Lisboa é um autêntico hotel gigante… e esgotado. Não interessa o elevador que apanhe, o corredor que percorra ou o quarto em que entre: todos estão cheios. Lisboa está na moda.

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