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A loucura americana invade o país!

A Liberty American Stores está a espalhar “o sonho americano” pelo país e a ESCS MAGAZINE não perdeu a oportunidade de estar à conversa com a responsável da loja lisboeta, Maria Teixeira.

Quem passa em São Sebastião é invadido pela curiosidade de descobrir o que está por trás daquela montra que, orgulhosamente, exibe a bandeira americana e a Estátua da Liberdade. Ao entrar, deparamo-nos com uma loja na qual se respira América e se vêem produtos que dizem: Made in USA e não in China. À conversa com a filha do proprietário, Maria Teixeira, é perceptível o conceito familiar existente na empresa.

Tudo isto começou quando os seus pais e tios partiram à procura do sonho americano, estudando e trabalhando nos Estados Unidos, “ao contrário dos restantes açorianos que preferiam vir para o continente” (Portugal Continental) – como a mesma afirma. Acabaram por constituir família e ter os seus filhos lá – como foi o caso de Maria-, regressando mais tarde para a sua terra de origem. Porém, as saudades foram muitas e a necessidade dos produtos a que estavam habituados falaram mais alto, levando-os a contactar fornecedores americanos e a investir numa pequena empresa de importação que fizesse a travessia entre a América e os Açores.

Começaram em 1992, abastecendo apenas os mini e hipermercados da ilha de São Miguel. No entanto, a procura foi muita, o que permitiu, assim, a abertura da primeira loja na Ribeira Grande, em 2005, seguindo-se depois Ponta Delgada e Santa Maria. Reunidas as condições suficientes, deram então o primeiro passo para a expansão pelo continente, abrindo a loja de Lisboa, em 2012. Aproveitando a onda de sucesso, decidiram se focar no Norte de Portugal, abrindo mais duas lojas em Braga e Porto, tendo outras mais centrais em vista como, por exemplo, Cascais.

Não descurando das raízes açorianas, o serviço de importação é feito para lá, onde depois é feita a etiquetagem e se separam os stocks para as lojas do continente e para os hipermercados açorianos. Contudo, os produtos variam de loja para loja, sendo as dos Açores aquelas que apresentam uma maior variedade. Estas disponibilizam: mobílias, brinquedos, roupas e produtos de higiene, deixando Lisboa com a parte hoteleira, os produtos para a casa e alimentares. No Norte, a oferta é apenas reduzida aos alimentares. Apesar das diferenças, os produtos com mais saída são aqueles que têm manteiga de amendoim, passando pelos cereais, chocolates, panquecas, bolos, bebidas, entre tantos outros que deliciam qualquer um.

Devem a sua fama à qualidade dos produtos, à divulgação “boca-a-boca” e, também, ao Facebook, que dizem ser “um instrumento fantástico de publicidade gratuita”. É através de questões colocadas pelos clientes, sugestões e pedidos que conseguiram 14.000 fãs, que todas as semanas esperam pelas notícias em primeira mão.

Uma das perguntas frequentes é para quando a abertura de uma loja online – o que Maria confessa ser um investimento a longo prazo, porém, isso requeria ter um armazém grande para os produtos. Como a própria afirma: “Com a quantidade de pessoas que nos pedem, se fossemos a tirar da loja, acabaríamos por não ter produtos para vender, o que deixa os mais incompreendidos um pouco ou tanto chateados”.

A sua variedade não se aplica só aos produtos mas também aos consumidores e clientes que visitam a loja, podendo classifica-los em três tipos: o “cliente viajado” que já conhece o produto devido às suas viagens aos States; o cliente que vê os produtos nas séries televisivas ou no cinema e decide experimentar aqueles produtos que diariamente despertam a sua atenção e, recentemente, os estrangeiros, oriundos dos vários cantos do mundo (australianos, americanos e outros), juntamente com os Açorianos que já conhecem os produtos das lojas da terra natal e se abastecem dado que a “SATA só permite malas de 20 kg”, diz Maria, entre risos.

Os futuros planos desta empresa familiar são bastante ambiciosos, pretendendo abrir lojas em pontos populacionais estratégicos e conseguindo, assim, encurtar a distância entre os clientes vindos de Faro, Leiria, Sintra e do Porto (quando não tinham aberto a loja), com o objetivo de se expandirem por Portugal, conquistando os portugueses com a “febre americana.”

Com uma despedida sorridente e uma tentação sublime, a ESCS MAGAZINE não foi imune e rendeu-se ao consumismo, adoçando assim o artigo e comprovando que ninguém resiste à América, estando ela aqui tão perto.

 

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