Capital

À mesa com a família Rocha

As tradições do dia de Páscoa podem ser diferentes consoante a região do país, mas existe algo que é comum: ser um dia de reunião familiar. Carmo, residente em Cascais, conta-nos como se celebra este dia na família Rocha.

Lembro-me de que, como sou a mais nova de quatro irmãos, as minhas irmãs já estavam casadas e no domingo de Páscoa iam almoçar a casa dos nossos pais com os seus maridos e filhos. Eu era a mais pequenina e, por isso, levavam-me amêndoas. Naquela altura ainda não existiam os ovos da Páscoa. Era muito engraçado, comíamos todos o cabrito assado no forno que era delicioso porque a minha mãe cozinhava muito bem”. É desta forma, um pouco emotiva, que Carmo Rocha nascida em Lisboa e residente no distrito, recorda aquele que para si sempre foi um dia especial.

Para a mais nova de quatro irmãos, este dia era visto com alguma ansiedade pois era o dia em que a família se reunia toda à mesa, na qual a alegria era a palavra de ordem e onde milhares de gargalhadas não podiam faltar. Havia sempre o cabrito com batatas assadas no forno e no fim uma mesa repleta de doces, da qual Carmo destaca o inigualável pão de ló de Rio Maior. Rio Maior é a terra do pai de Carmo, o Sr. Manuel Rocha, conhecida, para além de outras coisas, pelo de “comer e chorar por mais” pão de ló húmido recheado de doce de ovos. “Eu sempre que lá vou trago um, seja ou não seja páscoa”, confessa Carmo em tom de brincadeira.Lembro-me de que, como sou a mais nova de quatro irmãos, as minhas irmãs já estavam casadas e no domingo de Páscoa iam almoçar a casa dos nossos pais com os seus maridos e filhos. Eu era a mais pequenina e, por isso, levavam-me amêndoas. Naquela altura ainda não existiam os ovos da Páscoa. Era muito engraçado, comíamos todos o cabrito assado no forno que era delicioso porque a minha mãe cozinhava muito bem”. É desta forma, um pouco emotiva, que Carmo Rocha nascida em Lisboa e residente no distrito, recorda aquele que para si sempre foi um dia especial.

É certo que os anos vão passando e Carmo que era a menina pequenina da família cresceu e hoje já tem duas filhas. No entanto, sempre que possível, tenta manter a tradição de ir almoçar com os seus pais no domingo de Páscoa. Os seus três irmãos também cresceram e atualmente são emigrantes. Embora venham duas vezes por ano a Portugal nunca calha na altura da Páscoa, por isso para Carmo este dia acaba por já não ter o mesmo valor daquela altura em que Páscoa era símbolo de família reunida e casa cheia.

Porém, como a mãe de Carmo faz anos a 16 de abril e muitas das vezes, inclusive este ano, o aniversário calha no dia de Páscoa, acaba por haver festa a dobrar o que suaviza a lembrança de a família estar longe. Para além disso, o Sr. Manuel Rocha conhecido em Rio Maior como o “poeta” adora escrever a sua poesia e em alturas especiais como o dia de Páscoa a declamação dos belos dos seus versos não poderia faltar, alegrando os que à volta da mesa o escutam com atenção.

Contudo, apesar de para Carmo a Páscoa ter hoje em dia um sabor diferente confessa que tem esperança de que um dia, quando as suas filhas casarem e tiverem filhos, tudo voltará a ser como dantes. “Nessa altura não será na casa da minha mãe, mas sim na minha casa. Serei eu a mãe e a avó e irei novamente recordar a minha páscoa de infância”.