Editorias, Literatura

Aldous Huxley- um excêntrico visionário, mas um correto visionário

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A 26 de julho de 1894, nascia na cidade de Goldaming, na Inglaterra, um dos maiores escritores que o mundo já viu. Famoso pelo seu conhecimento e erudição admiráveis, Huxley foi romancista, ensaísta, poeta e responsável por algumas das melhores obras da literatura de ficção.

O seu pai, Leonard Huxley, foi editor, poeta e escritor de biografias. Vindo de uma família de cientistas (o seu avô, Thomas Huxley, era zoólogo e médico e o seu irmão, Julian Huxley, um biólogo de renome) Aldous Huxley começou por estudar Medicina no Eton College, até que uma doença nos olhos o obrigou a parar os estudos aos dezasseis anos, dois anos após a morte de sua mãe, e deixando-o totalmente cego por dezoito meses. Neste período, Huxley aprendeu braille e, após ter recuperado a visão, formou-se em Oxford (em, onde teve o seu primeiro contacto com a literatura.

A sua primeira publicação foi um conjunto de poemas de 1916, chamado The Burning Wheel, mas só em 1921 publicaria o seu primeiro romance: Crome Yellow, com uma combinação de cinismo, crítica social e um diálogo brilhante que o fizeram entrar para o rol dos mais famosos escritores da década de 20. Essa mesma década foi passada pelo autor na Itália de Mussolini, onde aprendeu sobre o regime fascista e serviu de inspiração e modelo a algumas das suas obras. Escreveu mais quatro romances, várias short-stories e vários ensaios antes do fim dos anos 20.

Mas a sua mais famosa obra seria lançada apenas em 1932: “Admirável Mundo Novo” (título retirado de uma peça de William Shakespeare) foi um marco na literatura de ficção. Neste seu 5º romance e primeira distopia, Huxley fala de um mundo dominado por um regime totalitário, autoritário e autocrático. Porém ele não acreditava que este domínio se daria pela violência: tal controlo seria efetuado através do prazer desregulado, da distração fácil, do condicionamento à nascença. 25 anos depois, publicou um ensaio chamado “Regresso ao Admirável Mundo Novo” onde faz uma análise do livro e diz estar convencido de que estamos bem mais perto do “Admirável Mundo Novo” do que ele previra em seu livro de 1932 e, a cada ano que passa, aproximamo-nos cada vez mais do futuro distópico por ele antevisto.

Em 1937, Huxley muda-se para os EUA onde começam as suas trips de LSD e mescalina, bem relatadas no seu ensaio “As Portas da Perceção” (livro que inspirou James Morrison a batizar a sua banda de The Doors), assim como em “Céu e Inferno”. De certa forma, este período marcou o fim de uma fase na carreira de Huxley em que este deixa de escrever sobre ficção e passa a preocupar-se mais com a mente humana e o seu misterioso funcionamento. É neste segundo período que publica obras como “Eminência Parda” (1941), “A Filosofia Perene” (1946) e “A Ilha” (em 1962).

Aldous Huxley foi um dos mais influentes e aclamados escritores do século XX, tendo-se relacionado com autores da época (foi professor e amigo de George Orwell) e inspirado muitos artistas depois dele. Morreu a 22 de novembro de 1963, em Los Angeles, devido a um cancro na garganta, no mesmo dia em que John Kennedy foi assassinado.