Editorias, Made in ESCS

Dar livros, partilhar conhecimento

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Os livros podem ser uma excelente forma de viajar por locais onde nunca antes pensámos estar. Ana Lopes, Catarina Pereira e Filipa Claro, alunas de 2º ano de jornalismo, procuraram contribuir para esta possibilidade de viajar a quem menos o pode fazer neste natal. Juntaram-se as três e iniciaram uma recolha de livros, novos e usados, através de uma caixa que colocaram na entrada da ESCS. Qual foi o destino dos livros? O estabelecimento prisional (EP) junto à PJ de Lisboa.

Inicialmente tratava-se apenas de um trabalho para a disciplina de Narrativas e Guião para Jornalismo, em que era necessário desenvolver uma história e o respetivo guião para, posteriormente, ser divulgado em multiplataforma. O ponto de partida, essencial para todo o processo, era uma frase do aclamado editor Erroll McDonald: “Hoje ninguém mostra os livros que tem na estante para nos dizer quem é.”. Com a vontade de procurar um meio e uma rotina que fugisse aos padrões comuns, as escsianas pensaram que um EP poderia representar um bom desafio e lançaram mãos à obra. Procuraram por estabelecimentos prisionais em Lisboa que tivessem biblioteca e, depois de alguma pesquisa junto da Direcção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, optaram pelo EP junto à PJ de Lisboa.

Partindo do trabalho realizado e das conversas com os reclusos que entrevistaram, surgiu a ideia de fazer algo mais. Foi aí que pensaram em contribuir para a biblioteca do local, através de uma campanha que implementaram na ESCS, “Dar livros, partilhar conhecimento”, uma vez que consideram que os escsianos estão sempre prontos a ajudar. Entre os dias 2 e 18 de dezembro, foi possível contribuir para esta causa, que tanto sucesso teve entre alunos e professores. Prova disso foi o alargamento das datas da recolha, inicialmente prevista para terminar a 9 de dezembro. A juntar-se à ESCS, também algumas editoras aceitaram dar o seu contributo, o que permitiu uma recolha muito mais generosa.

Filipa Claro, uma das pioneiras do projeto, considera que a experiência foi muito enriquecedora, acrescentando: “Gostei muito de participar nisto. Nunca tinha estado numa prisão. Foi uma experiência nova. E é bom saber que os reclusos daquele EP vão gostar de ver mais livros à disposição na biblioteca.

Questionadas acerca de uma possível continuação ou de um possível alargamento da campanha, consideram que esta é uma hipótese possível e que já ponderaram alargá-la a outros estabelecimentos prisionais. Para já fica o grande sucesso desta fantástica iniciativa e uma prenda de natal pouco comum, mas que tanta diferença faz no quotidiano de muitas pessoas.

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