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De “um casal, um filho”, para “um casal, dois filhos”

A China tem atualmente 1.370 milhões de habitantes, será que este número vai aumentar exponencialmente? Afinal, a política do filho único foi abolida hoje, segundo noticia a agência chinesa Xinhua.

A partir de agora os casais chineses podem ter dois filhos. Esta medida, aprovada pelo comité central do Partido Comunista Chinês, veio pôr fim à medida anti natalista do filho único, em vigor desde 1979.

A medida adotada há 36 anos é agora amortizada, não devido aos 400 milhões de bebés que ficaram por nascer, nem devido há prática vulgarizada de infanticídio, aos abortos seletivos em favor do sexo do bebé, ou mesmo às esterilizações a que muitas mulheres foram forçadas; esta medida advém do facto de a taxa de natalidade ter sofrido uma redução e, consequentemente, verifica-se um envelhecimento na população chinesa. Atendendo a isso, “melhorar a estratégia de desenvolvimento demográfico”, assim como, “promover uma política abrangente para que os casais possam ter dois filhos”, tornam-se metas no plano de desenvolvimento quinquenal para 2016-2020.

Os valores demográficos estimam que na China há cerca de 105 homens para cada 100 mulheres, e, em 2014, por cada 116 rapazes nasceram apenas 100 raparigas. Como um décimo da população chinesa tem agora mais de 65 anos, a sociedade chinesa tornar-se-á primeiro envelhecida e só depois desenvolvida. A juntar a isso, a escassez de mão-de-obra já se começa a sentir desde 2012, quando a população trabalhadora diminuiu pela primeira vez.

Foi a par desta queda de população trabalhadora que, logo em 2013, o governo chinês permitiu que casais onde ambos os conjugues fossem filhos únicos poderia haver dois nascimentos.

Se em 1979 a politica “um casal, um filho” era um mal necessário para fazer crescer o produto interno bruto per capita, hoje a medida traduz-se num país maioritariamente composto por pessoas do sexo masculino e cada vez mais envelhecido.