Editorias, Opinião

Não estou a perceber!

Na minha inocência, pensei que o assunto da adopção por casais homossexuais tinha ficado encerrado há uns tempos, mas o Sr. Cavaco Silva achou que era melhor voltar atrás. E, por enquanto, ele ainda pode fazer isso. Infelizmente. Mais uma vez, lá vem aquela malta armada em esperta invocar conceitos que me ultrapassam por completo e cujo significado não consigo compreender: “família tradicional”.

Não tínhamos já ultrapassado isso, amigos?

Pelos vistos não.

As leis vetadas pelo ainda Presidente da República são, na verdade, um adiamento. Voltam ao Parlamento, são novamente aprovadas e depois são promulgadas. Os contornos políticos e legislativos não são o ponto que importa referir agora.

Sempre que o assunto da adopção por casais do mesmo sexo vem à baila é inevitável ouvir uma série de opiniões diferentes sobre o assunto. A minha opinião é tão simples quanto: a orientação sexual de quem adopta não podia interessar-me menos.

Há pessoas boas e más em todo o mundo, em todas as religiões, em todos os países, em todas as culturas, e, definitivamente, isso não tem nada a ver com a orientação sexual. Não é esse factor que torna alguém melhor ou pior e muito menos será esse factor a determinar se a pessoa vai ser um bom pai ou uma boa mãe.

As pessoas — no geral — precisam de compreender que há vários tipos de famílias e que não é por uma família ser diferente da família que têm que deixa de ser menos família. Percebam que o mundo não é uma caixinha fechada, que não podemos ficar convencidos de que somos donos da verdade e que tudo aquilo que nos é estranho é, necessariamente, mau. Percebam que todas as crianças deviam ter direito a uma família como deve ser — seja essa família formada por um pai e uma mãe, dois pais, duas mães, só um pai ou só uma mãe.

A Sofia escreve segundo as regras do Antigo Acordo Ortográfico.

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