Cinema e Televisão

“Ready Player One”: um futuro nostálgico

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O refúgio que tem servido para muitos é agora tema de um filme: o mundo virtual. É com “Ready Player One” que Spielberg regressa mais uma vez aos grandes ecrãs, desta vez para alertar para a importância de viver o presente, tal como ele é.

A realidade está demasiado deteriorada. No ano 2045, apenas uma coisa dá alegria à vida do jovem Wade Watts: a sua vida virtual no jogo OASIS. Este é um jogo virtual no qual estão todos viciados. Criado por dois génios, Halliday e Ogden Morrow, é para aqui que vêm as pessoas cansadas do mundo real, onde podem fazer e ser o que quiserem. Quando Halliday morre é iniciada uma competição que dará hipótese, àquele que encontrar as três chaves escondidas, de controlar todo o OASIS e ainda ganhar uma fortuna. Wade irá tentar a sua sorte e juntamente com Art3mis (Samantha, na vida real) terá de confrontar o dono de uma multinacional que deseja apoderar-se deste mundo que pode explorar em seu favor.

Um enredo aparentemente simples, mas que se adensa e impressiona com os seus incríveis efeitos visuais, com o desenvolvimento tecnológico que protagoniza e com as diversas referências que faz. Durante aproximadamente 2 horas e 20 minutos são inúmeras as recordações que nos são trazidas pelas referências, maioritariamente, à cultura dos anos 80 e 90. Entre Parque Jurássico, Regresso ao Futuro ou King Kong, será difícil não reconhecer aqui alguns destes clássicos, apesar de algumas das referências certamente passarem despercebidas. Contudo, e apesar de enaltecer este mundo da imaginação, o filme pretende alertar para a dependência das tecnologias em que as pessoas vivem hoje em dia. É através da ponte feita entre realidade e jogo virtual que se entende a crítica que o filme pretende fazer: apesar de a vida virtual ser o refúgio de muitos, é a realidade que merece ser vivida.

Engana-se quem pensa que este é um filme para os fãs de ficção científica, visto que para além da mensagem que traz, está também recheado de ação e com algum romance à mistura, tornando-o assim numa história apetecível para todos os gostos, realizado pelo génio do cinema Steven Spielberg, que mais uma vez veio demonstrar o porquê de ser considerado um dos maiores realizadores contemporâneos.