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Transportes de Lisboa mais perto da concessão

As greves nos transportes públicos já fazem parte da história recente da cidade de Lisboa. Nos últimos anos, praticamente todos os meses tem havido uma greve, ora na Carris ora no Metro de Lisboa. Os utentes queixam-se porque pagam os passes por inteiro e não têm transportes nos dias de greve. Quem usa o carro queixa-se do trânsito, já os lojistas reclamam sobre a falta de movimento junto às estações/paragens em dias de greve.

Para esta sexta-feira estava marcada mais uma greve da Carris e do Metro, desta vez com serviços mínimos atribuídos pelo Tribunal Arbitral. Esta decisão obrigou os trabalhadores do Metro a suspenderem a greve, pois não estariam asseguradas as condições de segurança aos clientes do metropolitano. Já na Carris funcionaram os serviços das carreiras 703 (Charneca do Lumiar – Bairro de Santa Cruz) e 751 (Estação de Campolide – Linda-a-Velha); a empresa está ainda obrigada a assegurar as deslocações de pessoas com mobilidade reduzida em trajectos essenciais, por isso é normal que circulem outras carreiras pela cidade nesta sexta-feira.

Os trabalhadores destas empresas de transporte tentam, com estas greves, evitar a concessão a operadores privados, o que poderia significar despedimentos e reduções de serviço em carreiras/ linhas menos rentáveis. O Estado tenta desta maneira passar para gestão privada uma empresa pública que agrega a Carris, o Metro de Lisboa e a Transtejo e que actualmente dá prejuízo. No que toca à CP a situação é diferente: o Estado pretende manter a empresa na esfera pública, no entanto os trabalhadores exigem o pagamento dos complementos nos subsídios desde 1996, como deliberaram os tribunais.

Certo é que esta sexta-feira o slogan da última campanha dos Transportes de Lisboa: “O importante é chegar a horas” – não se irá cumprir.

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