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Women’s Rights Are Human Rights: 2ªEdição da Conferência da He For She

No passado dia 9 de novembro, na universidade do ISCTE-IUL, realizou-se a segunda edição da conferência sobre os direitos das mulheres da campanha He For She.

 

Lançada em 2014 pela UN Women, a campanha He For She tem por objetivo alcançar a igualdade de género, tentando mobilizar tanto homens como mulheres para esta causa. “É um movimento jovem. É um movimento de pessoas para pessoas”, afirmou Carolina Pereira, que integra a He For She Portugal.

A conferência dividiu-se em dois painéis. O primeiro iniciou-se com a apresentação de teses de mestrados de alunos do ISCTE sobre temas relacionados com o género. Foram abordados assuntos como: a representação política das mulheres no Parlamento em África, a redução das desigualdades de género na política e a mutilação genital feminina.

O segundo painel tinha como tema “A mulher nos média”, contando com mulheres e homens considerados social influencers como oradores. A discussão teve um tom humorístico e jovem, de forma a apelar ao público.

Primeiramente, Paula Cosme Pinto, autora do blog “A vida de Saltos Altos”, mostrou vários exemplos de notícias de jornais que degradam a figura feminina. Assim como artigos nos quais o foco está em atributos físicos de atletas de alta competição e não nas suas capacidades. Foi explorada a forma como os média retratam uma mulher no poder: esta é alvo de críticas relacionadas com histerismo quando tenta ser assertiva e assumir liderança. A blogger prosseguiu, exibindo alguns dos comentários a que é exposta devido aos seus textos feministas.

Diogo Faro, também conhecido como Sensivelmente Idiota, foi o seguinte convidado. O humorista abordou temas atuais, como os vários casos de violência doméstica que foram reportados e o acórdão do juiz Neto de Moura, alertando para a emergência destes assuntos.

A jornalista da RTP Catarina Marques Rodrigues mostrou a sua perspetiva relativamente à posição da mulher dentro dos média. Abordou os desafios que a mulher na televisão ultrapassa: padrões de beleza exigidos e pressão causada. Afirma também que é perigoso ser jornalista no mundo em que vivemos, devido à grande exposição. Ilustrou o seu argumento utilizando o testemunho de uma jornalista norte-americana que foi sexualmente agredida enquanto fazia uma reportagem em campo.

Então, quais as soluções propostas? “Os direitos humanos são como um músculo, se nós continuamos a treiná-los eles vão ficar cada vez mais fortes, mas se nós pararmos de ir ao ginásio, eles vão ficar piores”, afirmou a jornalista da RTP. Chama ainda a atenção para a necessidade de educação dos mais jovens, tanto em relação igualdade de género, como relativamente a todos os direitos humanos.

A importância de conferências como estas é indiscutível. Aqui podemos perceber como gerar mudança, por mais pequena que seja. Estiveram presentes muitos jovens, alunos e professores que reivindicam o feminismo e a necessidade de “desmistificá-lo”. Se educação é a chave, palestras como estas podem fazer a diferença na sociedade em que vivemos. E todos nós podemos ajudar.

 

Sabe mais sobre o He For She aqui

 

If not me, who? If not now, when?