Moda e Lifestyle

Afinal, o que aconteceu ao espírito natalício?

Com o passar dos anos, infelizmente, o espírito natalício vai desvanecendo. Se pensarmos bem, é algo natural – quanto mais nos habituamos a certas realidades, mais elas perdem o interesse. Infelizmente, o Natal não é exceção. 

Fonte: House Beautiful

Quando somos crianças e nos é, pela primeira vez, narrada a história do menino Jesus ou do Pai Natal, somos conduzidos para um mundo mágico, mas rapidamente essa magia acaba por se perder. O primeiro grande passo para a desconstrução do sentimentalismo é, com certeza, a descoberta de que não se trata de um velhote de barbas longas que distribui prendas no seu trenó pilotado por renas voadoras, mas sim do tio barrigudo que desaparece numa misteriosa ida à casa de banho poucos minutos antes de o Pai Natal bater à porta. Além disso, chegada a puberdade, o Natal deixa de ser sobre receber brinquedos, mas sim prendas como roupa, sapatilhas, tecnologia ou um carro. Prendas que “elevam o status social”, até que um dia damos por nós a ficar felicíssimos com uma panela, que é exatamente aquilo de que precisávamos para o novo apartamento.

Fonte: Woman’s Day

Os meus pais esforçaram-se imenso para manter viva a minha crença no Pai Natal enquanto criança. Sempre acreditei nele. No entanto, numa noite de Natal, reparei nas semelhanças entre o meu pai e o Pai Natal. No ano seguinte, contrataram alguém para se fazer passar por Pai Natal para eliminar as minhas suspeitas, mas, por alguma razão, a pessoa em questão não conseguiu aparecer, e a minha mãe ficou desesperada. A sua solução acabou por ser caricata – não tendo ninguém que fizesse de Pai Natal, saiu de casa com o disfarce na mão, dirigiu-se a um casal de estrangeiros que passeava na rua, e pediu ao senhor para desempenhar esse papel. Apesar de tudo, penso que a missão dos meus pais foi bem-sucedida, pois apenas aos 12 anos é que me apercebi de que as prendas que apareciam debaixo do pinheiro eram, na verdade, oferecidas pela minha família, e não por um velhote de barba branca . Ao contar esta história, a minha mãe disse-me: “O Pai Natal é real, sim, mas só para quem acredita.” Agora percebo a verdade dessa afirmação e entendo a mensagem que, realmente, pretendia passar. A existência ou não de um espírito natalício e a aceitação da magia que caracteriza esta época depende unicamente de nós e da forma como a encaramos .

Em resposta à importantíssima pergunta relativamente ao porquê de o espírito natalício se dissolver com o tempo, a professora de neurociência Patricia Riddell destacou que o cérebro não reconhece o quão feliz estamos, mas sim a diferença entre aquilo que se espera e a realidade. O Natal vem com expectativas irrealistas de ideias utópicas que se criaram durante a infância e, como adultos, temos a noção de que recuperar esse sentimento e crença é impossível. Mas embora seja improvável recuperá-lo, ainda é possível reconstruí-lo de forma a que se adapte à nossa idade e realidade.

Em resposta à importantíssima pergunta relativamente ao porquê de o espírito natalício se dissolver com o tempo, a professora de neurociência Patricia Riddell destacou que o cérebro não reconhece o quão feliz estamos, mas sim a diferença entre aquilo que se espera e a realidade. O Natal vem com expectativas irrealistas de ideias utópicas que se criaram durante a infância e, como adultos, temos a noção de que recuperar esse sentimento e crença é impossível. Mas embora seja improvável recuperá-lo, ainda é possível reconstruí-lo de forma a que se adapte à nossa idade e realidade.

Fonte: Emma’s Edition

A nossa relação com o Natal pode ter sido danificada, mas é essencial restaurá-la antes que seja tarde demais. Talvez até seja por isso, isto é, pela rapidez com que passa o tempo, que o Natal perde o ‘brilho’ aos nossos olhos. A espera ansiosa por receber prendas foi substituída pelo stress causado pelas obrigações de comprar prendas e preparar festas para as quais as vinte e quatro horas do dia não parecem suficientes. Mas há que parar por um momento e apreciar as pequenas coisas à nossa volta que têm grande potencial para reacender a chama do nosso espírito de Natal – nem que seja um passeio na rua para apreciar as decorações festivas. Pessoalmente, o que me ajuda a entrar no espírito natalício é reunir-me com as pessoas que amo e com quem me preocupo. Telefonar a familiares e amigos com quem já não falo há algum tempo oferece-me uma sensação de satisfação e ajuda-me a recuperar o tal sentimentalismo, especialmente quando se trata de pessoas com quem partilho memórias desta data. Por outro lado, faço também questão de intensificar o convívio com aqueles que estão próximos – por exemplo, fazer bolos e bolachas com a família, com os amigos ou com o parceiro é uma ótima atividade que proporciona diversão e traz um bónus – ter a nossa sobremesa favorita para partilhar. Afinal de contas, “o melhor presente é estar presente”.

Fonte da capa: Inspirationfeed

Artigo revisto por Beatriz Morgado

AUTORIA

+ artigos

Daniela nasceu nos Estados Unidos, mas cedo se mudou para a ilha da Madeira, onde foi criada. Embarcar para a cidade de Lisboa é um primeiro passo para conquistar o seu sonho de criança: ser uma renomada Jornalista. Ambiciona criar conteúdos para grandes revistas turísticas, porque, para além da escrita, a sua paixão é viajar. São os pequenos prazeres da vida que a movem, e deseja partilhar esse olhar único sobre a vida.