Desporto

Catar 2022: A Argentina foi campeã, mas como foi o seu percurso?

Está encontrada a seleção vencedora da 22.ª edição do Campeonato do Mundo de futebol. A Argentina derrotou a França na grande final e levou para casa o tão ambicionado terceiro troféu de Campeão do Mundo, depois das conquistas de ‘78 (Argentina) e ‘86 (México).

O caminho até à final

A Argentina chegou ao Catar como uma das principais candidatas a vencer o Campeonato do Mundo, depois da conquista da Copa América 2021, perante o Brasil, e de levar para casa o troféu relativo à Finalíssima 2022, após vencer a Itália em Wembley.

No entanto, as coisas não começaram da melhor maneira para os albicelestes. A derrota perante a humilde Arábia Saudita (1-2), na jornada inaugural, foi motivo de chacota um pouco por todo o Mundo. Porém, o futebol voltou a mostrar-nos que não é como começa, mas sim como acaba. Seguiram-se duas vitórias claras, ainda que sem encantar, tal como na caminhada até ao Mundial, perante o México e a Polónia, com direito a show de Lionel Messi em ambas.

Nos oitavos, o desafio não era, à partida, exigente, diante de uma seleção australiana que, até então, já havia igualado o feito histórico de 2006. Num jogo aparentemente controlado, o autogolo infeliz de Enzo Fernández mudou o rumo da partida e os Socceroos só não empataram porque Emiliano Martínez, eleito o melhor guarda-redes da prova, apareceu outra vez. 2-1 foi o resultado final.

Nos quartos-de-final, o adversário foi a seleção dos Países Baixos. Um velho duelo com uma grande carga histórica em Campeonatos do Mundo. Os neerlandeses queriam vingar-se de 2014, ano em que foram eliminados do Mundial pelos argentinos nas meias-finais. Depois de um jogo de doidos (2-2), o vencedor, tal como em 2014, foi decidido através das grandes penalidades. Se há 8 anos o herói foi Sergio Romero, desta vez essa responsabilidade coube a Emiliano Martínez, especialista nesse momento do jogo.

Tendo chegado às meias-finais, os argentinos tiveram pela frente a então vice-campeã Mundial: a Croácia. Contra todas as expetativas, o jogo acabou por se revelar tranquilo para a formação de Scaloni. Concederam a bola ao adversário e aproveitaram os erros da equipa croata para chegarem ao 2-0 ainda na primeira parte. Na segunda metade do encontro, um lance genial de Messi, que terminou com a finalização certeira de Julián Álvarez, ditou o resultado final e a passagem da Argentina à final.

Uma Final para História

Que o futebol é um desporto apaixonante já todos nós sabemos, mas são jogos como a final deste último Mundial que nos fazem criar uma ligação ainda maior com a simples atividade de ver “11 homens correr atrás de uma bola”. Há jogos que nos marcam para a vida pela sua importância, pelos seus intervenientes e pela sua espetacularidade. Este França 3-3 Argentina é certamente um desses casos, um jogo para recordar com os filhos e, mais tarde, com os netos.
É caso para dizer que esta final teve de tudo: grandes golos, defesas históricas, espetáculo nas bancadas, emoção, lágrimas, sorrisos e dois génios à solta.

Depois de 80 minutos de sentido único, a França lá apareceu pelo suspeito do costume. Kylian Mbappé é já, aos 23 anos, um dos maiores nomes da história dos Campeonatos do Mundo. Bisou em minuto e meio e levou o jogo para prolongamento. Foi lá que se voltou a assistir a mais um momento de pura emoção. A Argentina chegou novamente à vantagem por Messi, mas quando toda a gente pensava que já não havia volta a dar, apareceu outra vez o génio francês. Mbappé conquistou uma grande penalidade, e, na hora de atirar à baliza, não tremeu e voltou a empatar o jogo. O prolongamento não acabaria sem antes se assistir a mais um momento digno de Campeonato do Mundo. Emiliano Martínez aprontou uma das melhores defesas de sempre em Mundiais, aos 120+3’, travando o remate de Kolo Muani, e atirou o jogo para os penáltis. Quem não se lembrou automaticamente da defesa de Iker Casillas ao remate de Robben, em 2010? O Mundial traz-nos sempre coisas especiais.

Fonte: NSC Total

A lenda Dibu Martínez estendeu-se, mais uma vez, até às grandes penalidades. Defendeu o remate de Coman e viu Tchouaméni atirar ao lado. Messi, Dybala, Paredes e Montiel marcaram e ditaram a vitória para a albiceleste no Catar.

Messi como um Deus

É injusto definir-se a qualidade ou dimensão de um jogador de futebol pelo número de títulos que esta conquista, ainda para mais quando se trata de títulos ao nível das seleções. Ao fim e ao cabo, ninguém tem a possibilidade de escolher onde nasce, tal como ninguém tem culpa de nascer num país cuja sua seleção de futebol é das mais fortes ou das mais fracas.
Lionel Andrés Messi Cuccittini, independentemente do que tivesse acontecido no Catar, seria sempre recordado como um dos maiores de sempre do futebol. A conquista do Campeonato do Mundo não faz do argentino melhor ou pior jogador, faz dele mais especial. Ao lado de Diego Armando Maradona, Messi perdurará para sempre como um Deus do futebol argentino (e mundial!).

Fonte da capa: CNN Brasil

Artigo revisto por Joana Gonçalves

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