Prémio Nobel da Paz repartido pela resistência aos regimes opressores
O ativista político Ales Bialiatski que, de 2011 a 2014, esteve preso por suposta evasão fiscal, foi um dos vencedores do Prémio Nobel da Paz. Atualmente encontra-se preso na Bielorrússia por oposição ao regime do país, tendo denunciado crimes de guerra e o desrespeito pelos direitos humanos.
O prémio foi também entregue a duas organizações, uma russa e uma ucraniana. A organização russa Memorial, criada em 1987 pelo russo Andrei Sakharov – também vencedor do prémio Nobel da paz em 1975 – teve como objetivo relembrar as vítimas do antigo regime soviético. Com esse propósito, Sakharov criou um centro de documentação sobre as vítimas da época de Estaline e compilou ainda diversas informações sobre opressão e desrespeito dos direitos humanos na Rússia. O centro de documentação foi proibido pela Corte suprema russa, porque, segundo a mesma, as vitimas relembradas são agentes estrangeiros que promovem o terrorismo e o extremismo. A organização Memorial luta para que esta decisão seja revista.
O centro de liberdades civis da Ucrânia surgiu em 2007 com o objetivo de fortalecer a sociedade, pressionando as autoridades a tornar a Ucrânia numa democracia com bases sólidas. Este centro tem o propósito de denunciar crimes de guerra sofridos pela população ucraniana.
O Comité Nobel afirmou que as três personalidades eleitas representam uma grande resistência aos regimes dos seus países.
Fonte da capa: Exame
Artigo revisto por Carolina Rodrigues