Quadro de Van Gogh vandalizado por ativistas em Londres
Duas ativistas ambientais atiraram sopa para a pintura na National Gallery, acabando detidas pela Polícia Metropolitana de Londres
A célebre obra de Van Gogh Doze Girassóis numa Jarra, exposta em Londres na National Gallery, foi alvo de um ataque de vandalismo no passado dia 14 de outubro, sexta-feira.
No vídeo publicado nas redes sociais é possível observar duas jovens a atirarem o conteúdo de duas latas de sopa de tomate para o quadro do pintor holandês. Logo a seguir, despem os casacos para dar a conhecer o seu movimento, chamado “Just Stop Oil”. Este tem como objetivo o fim imediato de qualquer projeto relacionado com petróleo ou gás por parte do governo britânico. Tem vindo a ganhar destaque justamente por se servir de obras de arte em museus para dar a conhecer as causas que defende. Durante duas semanas de protestos, também bloquearam diversas pontes e ruas de Londres.
Após arremessarem a sopa ao quadro de tinta a óleo, colam-se à parede debaixo do mesmo protestando: “É mais importante que a comida? Que a justiça? Estão mais preocupados com a proteção de uma pintura do que com a proteção do nosso planeta e das pessoas? (…) As necessidades são inacessíveis a milhões de famílias esfomeadas e com frio. Nem conseguem aquecer uma sopa”, protestam.
As duas jovens acabaram detidas pela Polícia Metropolitana de Londres por crime de vandalismo e invasão agravada, tendo sido formalmente acusadas no sábado. Segundo informação avançada pelo The Guardian, a sala foi rapidamente limpa e a pintura em si – avaliada em 84 milhões de dólares (86,2 milhões de euros) – não ficou danificada, havendo no entanto “pequenos danos na moldura”.
O vídeo do episódio conta com quase 50 milhões de visualizações e foi até tema de uma crónica de Ricardo Araújo Pereira para o semanário Expresso. O humorista critica, através da sátira, a forma escolhida pelo movimento para sensibilizar a população para o tópico: “Há qualquer coisa no arremesso de caldo a obras de arte que desperta em mim a consciência ecológica.”
Fonte: Van Gogh Museum, Amsterdam (Vincent van Gogh Foundation)
Fonte da capa: Anadolu Agency/Getty Images
Artigo revisto por João Nuno Sousa
AUTORIA
Quando era pequena - entre a fase em que quis ser médica e aquela em que quis trabalhar numa pizzaria - Beatriz (ou Bea, como prefere) gostava de inventar histórias. Escrevia livros para oferecer à família no Natal e chegou até a criar uma revista quinzenal com as suas amigas aos dez anos, que toda a turma lia durante as horas mortas das aulas de matemática. Tomando consciência no nono ano de que queria ser jornalista, o destino encarregou-se de a trazer até à ESCS.