The Grand Budapest Hotel
Wes Anderson apresenta-nos a que é, indiscutivelmente, uma das suas melhores obras cinematográficas. Liderando a 68.ª edição dos British Academy Film Awards com 11 nomeações, os Óscares da Academia com 9 (a par de Birdman) e ainda vencedor do Globo de Ouro na categoria de melhor filme ou musical, The Grand Budapest Hotel vincula notoriamente a sua genialidade.
Segurando um livro de memórias nos braços, uma rapariga avança em direção a um monumento a um escritor. Um narrador, conhecido apenas como O Autor (Tom Wilkinson), conta-nos a viagem que fez, em 1968, ao The Grand Budapest Hotel. Situado na fictícia República de Zubrowka, um estado alpino europeu, cujas marcas deixadas pela guerra e miséria ainda são visíveis, o hotel não escapou a tal sorte ─ não tem as pessoas e a vivacidade de outrora, restando apenas as memórias conservadas na mente de quem ficou.
É o caso de Zero Mustafa (F. Murray Abraham), o proprietário, que aceita encontrar-se com O Jovem Autor (Jude Law) e contar-lhe, no decurso do jantar, no salão respectivo, a história de como chegou a proprietário e a razão pela qual recusa desfazer-se do hotel. A sequência narrativa endensa-se, dividindo-se agora em cinco capítulos. Estamos perante um jovem Mustafa, à procura de trabalho no hotel como lobby boy sob as ordens de Gustave H. (Ralph Fiennes), o devoto concierge. Começa assim um desenrolar de aventuras e desventuras, desencadeadas por mortes misteriosas, testamentos inesperados e pequenos delitos, nos quais Gustave e Zero se vêm envoltos.
Contando com presenças já habituais nos filmes de Wes (como o icónico Bill Murray, Jason Schwartzman, Owen Wilson, Adrien Brody e Harvey Keitel) e através de performances encantadoras, o elenco confere autenticidade, charme e humor à narrativa, cujo estilo cinematográfico não esquece a típica simetria e visual distintivo de Anderson.
O filme é ainda acompanhado pela esplêndida banda sonora de Alexandre Desplat, um compositor francês de trilhas sonoras, cujos trabalhos incluem filmes como Harry Potter e os Talismãs da Morte, O Jogo da Imitação e O Discurso do Rei.
The Grand Budapest Hotel é, sem dúvida, um filme deslumbrante, uma narrativa retratada de forma absolutamente sublime que facilmente conquista tanto audiências como críticos.
AUTORIA
Sebastião Sabino frequenta o curso de Audiovisual e Multimédia. Começou por experimentar programação e construção de circuitos eletrónicos, passando depois a contornar nuvens aos comandos de um avião da Força Aérea, até finalmente aterrar na ESCS. A sua paixão pela 7.ª arte fê-lo juntar-se à ESCS MAGAZINE, onde escreve sobre alguns filmes que vê e acha que tal equivale a uma licenciatura em jornalismo.