Os melhores albúns de 2016
Se não pensarmos no quão desgastante 2016 foi em termos políticos e sociais, foi um ano bastante interessante para a indústria musical: apesar de se ter perdido grandes nomes da música – como Leonard Cohen, David Bowie e Prince -, muitos álbuns serviram para representar a realidade atual, como também para proporcionar um refúgio e escapismo com as suas músicas.
A ESCS Magazine escolheu estes álbuns como os mais importantes de 2016. Concordas com as nossas escolhas? Qual foi o teu preferido?
Lyubov Pataliy: Bastille, Wild World
Não consigo pensar nos álbuns que foram lançados este ano e não escolher o Wild World, dos Bastille. Confesso que, há cerca de dois anos, pouco ou nada sabia sobre esta banda, e nem ouvia as músicas deles. Mais recentemente comecei a conhecer a banda (influência de amigos) e percebi o que andava a perder. Quando, finalmente, os Bastille lançaram um novo álbum em setembro, eu rendi-me. Nem foi a uma música ou duas, mas sim a todo o álbum. Passados estes meses, ainda oiço o álbum em loop, e de certeza que o vou continuar a ouvir em 2017.
Madalena Costa: Beyoncé, Lemonade
Lemonade é o sexto álbum da artista musical Beyoncé. O seu lançamento ocorreu a 23 de abril de 2016, através das gravadoras Parkwood e Columbia, logo após a sua curta-metragem de sessenta minutos que foi exibida na HBO no mesmo dia. Este álbum mostra uma nova Beyoncé, onde a artista brinda os seus ouvintes com uma nova sonoridade diferente de todas aquelas que já nos apresentou, como “Halo” ou “Single Ladies”. Lemonade conta com participações especiais de James Blake, Kendrick Lamar, The Weeknd e Jack White. Para promover o disco, Beyoncé iniciou a tour “The Formation World Tour” quatro dias após o seu lançamento.
Sónia Sul: The Lumineers, Cleopatra
Cleopatra, dos The Lumineers, é melhor álbum de 2016. Após uma pausa de vários anos, a banda presenteou-nos com uma obra maravilhosa, a nível musical e visual, e cujas histórias, por vezes interligadas, nos são contadas sob diversos pontos de vista.
José Justo: Beyoncé, Lemonade
Quando a artista lançou o seu álbum homónimo, eu questionei-me sobre se ela algum dia iria superar o que fizera. Disse mesmo ser impossível. Mas Beyoncé tornou as minhas palavras irrelevantes ao servir um Lemonade na mesma fórmula do seu antecessor (um álbum visual). Um álbum carregado de mensagens feministas, “black lives matter” e reflexões sobre o amor, que pôs o mundo a imaginar as tensões que fariam parte do casamento entre Bey e Jay Z. Não há uma música má nem fillers. Tudo neste álbum é arte – e História.
Maria Moreira Rato: The 1975, I Like It When You Sleep, for You Are So Beautiful Yet So Unaware of It
Enquanto o álbum The 1975 de 2013 foi considerado pertencente ao género rock, o segundo trabalho da banda é muito mais abrangente: do dance-rock, ao indie rock e à pop, a diversidade da sonoridade e das letras surpreende qualquer fã dos jovens de Manchester. “Love Me”, “UGH!”, “Somebody Else”, “The Sound”, “A Change Of Heart” e “She’s American” são os singles lançados até agora; no entanto, as restantes músicas são igualmente inovadoras!
Rita Remédio: Whitney, Light Upon The Lake
Este álbum foi a banda sonora das minhas férias de verão, portanto não é surpresa que para mim seja sinónimo de dias felizes, cheios de calor e banhos de mar. O Light Upon The Lake dos Whitney é leve, despreocupado e fácil de ouvir. Aconselho a todos que querem relembrar os tempos em que tinham um bom bronze.
Inês Messias: Temples, ladəs
Lades é o nome do álbum de lançamento da banda americana de post-rock e post-metal Temples. É um álbum, que, contando apenas com instrumentalização, se demonstra temperamental e exímio na interpretação. É um álbum temperamental, que se adapta a nós, e não o contrário.
Miguel Alexandre: Mitski, Puberty 2
Puberty 2 é um álbum inconstante. Enquanto, por um lado, reflete sobre temas como instabilidade mental, depressão, amor não correspondido e inseguranças, o outro lado explode de ambição, acompanhada pelos crus, agressivos, mas sinceros vocais de Mitski. A era digital em que vivemos e a constante inconsistência do futuro assombram este álbum; contudo, é na música final, “A Burning Hill”, que a cantora aceita os seus demónios e finalmente aprende a viver com eles: “I’ll go to work and I’ll go to sleep and I’ll love the litter things”. No fundo, há algo incrivelmente reconfortante nestes trinta minutos de pura catarse.