Polémica em “fora de jogo”
Portugal é um país que, aos poucos, se tem vindo a vangloriar, e com todo o mérito, devido ao reconhecimento no que diz respeito ao turismo – 37 “óscares” do Turismo em 2017 -; ao desporto – Campeão Europeu de Futebol em 2016 e de Futsal em 2018 -; à música – Vencedor do Festival da Eurovisão em 2017 -; e a outros tantos passos vitoriosos que dão “alma” a este pequeno país, o qual voa sob os céus onde poucos se aventuram.
Toda esta alegre azáfama se perde quando nos debruçamos sobre os inglórios comentários redigidos e até proferidos por parte dos altos dirigentes e diretores de comunicação dos grandes clubes – Benfica, Sporting e Porto – e não só (os comentadores televisivos acabam por caber no mesmo “saco”). A verdade é que há comentários para todos os “desgostos” de quem assiste a um espetáculo pobre em palavras, mas rico em termos de polémicas, uma vez que não é possível retirarmos nenhuma decência de tais palavras.
Como é que nos podemos dar ao luxo de, num desporto que se apresenta perto do auge de títulos desportivos – individuais e coletivos -, estar “fora de jogo” no discurso comunicacional? Aliás, como é que tal pode ocorrer no seio de diretores de comunicação, os quais, através de uma pesquisa no Linkedin, apresentam licenciaturas em jornalismo ou ciências da comunicação?
Aliás, e sem referir nomes, dois deles já foram jornalistas e, neste momento, passaram de redatores de notícias à própria notícia, pelos piores motivos. Começa a tornar-se perigoso e contagiante todo este tipo de comentários, isto porque se estendem ao domínio pessoal não só de cada dirigente como também dos árbitros – estes são os principais visados e já houve agressões aos mesmos, devido a jogos menos bem conseguidos e, consequentemente, criticados.
Tal como Pedro Proença, presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, proferiu no mês de Fevereiro deste ano, é necessário criar um código deontológico que sirva de base, principalmente, para os diretores de comunicação e possa vir a elucidar o importante papel que estes profissionais têm nos seus clubes. Deste modo, conseguirá pôr um fim ou alguma “água na fervura” para desanuviar tais clivagens que têm vindo a denegrir a imagem do mundo do futebol em Portugal.
Há que haver limites e quem ousar ultrapassá-los, como tem vindo a acontecer, terá de ser severamente punido para que o verdadeiro espetáculo seja dentro das “quatro linhas” e não fora delas. O El País, aclamado jornal espanhol, escreveu no passado dia 2 de Março que, e passo a citar, “(…)os problemas não são nos relvados, os sarilhos do futebol português, nascem, crescem e multiplicam-se noutros palcos (…)”, quer isto dizer que todos os holofotes estão virados para nós e acredito que não é esta a imagem que queremos passar.
O melhor mesmo é ligarmos para o 112 antes que estas farpas se possam transformar num “incêndio” de altas dimensões, o que poderia manchar por completo a imagem do futebol português, fazendo esquecer os sucessos que têm vindo a ser alcançados.
AUTORIA
Pedro Almeida, de 21 anos, é um estudante universitário do curso de Publicidade e Marketing, cuja paixão reside no Marketing, na escrita e na responsabilidade social.