Desporto

Artigo de opinião: VAR, potencial desperdiçado ou aposta do futuro?

Foto de capa. Fonte: Daily Express

Desde a sua implementação, o vídeo-árbitro tem estado sob imenso escrutínio.

A tecnologia está presente em ligas de prestígio, como a portuguesa, a espanhola, a italiana e a francesa. Mas como é que uma medida que foi imposta com o objetivo de ajudar o árbitro e fazer prevalecer a verdade desportiva está tão cheia de polémica?

A verdade é que o VAR não elimina o erro. Muitas vezes, em situações de pressão, os juízes têm de tomar decisões rápidas. A falta de compreensão sobre como esta tecnologia funciona é um aspeto crucial. Apenas são revistas jogadas em que o vídeo-árbitro comunica com o árbitro em campo sobre alguma decisão que pode ter sido mal tomada. Se um caso foi claro, este não irá ser revisto.

A polémica nunca esteve maior do que nestes quartos de final da Liga dos Campeões e da Liga Europa. Na liga milionária, o Porto defrontou os ingleses do Liverpool. Na primeira mão, em Anfield, ficam dois penáltis por marcar a favor da formação liderada por Sérgio Conceição.

Já na liga europa, o Benfica foi batido pelo Eintracht Frankfurt, através da regra dos golos fora. Na segunda mão, jogada na alemanha, Kostic abriu o marcador com o golo em fora de jogo. Este não poderia ser revisto, pois a Liga Europa só vai dispor de VAR na final em Baku.

Seferovic incrédulo no jogo com o Frankfurt.
Fonte: Observador

Isto levanta a questão: por que é que a UEFA implementa o VAR numa competição e noutra não?

Algo com tanto impacto como o vídeo-árbitro deveria estar presente em todas as competições. Mesmo não eliminando o erro por completo, ao menos dá a chance de a jogada ser revista. Os casos no jogo do Porto puderam ser revistos e julgados. Já o lance no jogo do Benfica não pode ser visto uma segunda vez e um melhor ajuizamento da jogada podia ter resultado num desfecho diferente da eliminatória.

O caso de maior impacto foi mesmo na segunda mão dos quartos de final da Liga dos Campeões. No jogo entre Manchester City e Tottenham, Raheem Sterling marcou já depois dos 90’ o golo que ditaria a passagem dos citizens. No entanto, o golo foi revisto e anulado devido a um fora de jogo de Aguero, passando assim os Spurs para as meias finais. A falta do VAR neste jogo resultaria numa passagem injusta por parte do City.

Jogadores do City protestam decisão do árbitro.
Fonte: CBS Sports.

Nunca se poderá retirar o erro humano do futebol, mas essas melhorias têm como objetivo dar a chance de lances mais complicados terem decisões corretas. Será preciso no entanto uma melhor compreensão por parte do adepto e também uma maior coerência por parte dos órgãos que gerem o futebol. Esta tecnologia deveria estar igualmente presente em todas as competições de maior importância como ferramenta de auxílio. O VAR tem a capacidade de melhorar o futebol e terá de ser um investimento a longo prazo.  

Artigo revisto por: Joana Silvério