Made in ESCS

Beatriz Casa Branca, uma recém licenciada da adolescência

            Chama-se Beatriz Casa Branca, tem 20 anos e é de Montemor-o-Novo. Em 2017, Beatriz deixou o Alentejo para estudar Audiovisual e Multimédia na Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa.

            Desde pequena que sabia que queria seguir algo relacionado com as artes, porque foi uma área da qual cresceu rodeada, visto que o pai é pintor. Numa fase inicial, a adaptação foi complicada, porque Beatriz sempre foi muito próxima da família, mas depressa se acostumou à vida universitária e à confusão da capital – muito graças aos amigos.

            Adora viajar. “Sinto-me claustrofóbica se ficar muito tempo no mesmo sítio”, confessa. A sua personalidade leva-a a querer descobrir novos locais e novas culturas, mesmo sem companhia – está prestes a aventurar-se sozinha na Alemanha durante uma semana! “Vai ser uma forma de passar tempo comigo mesma, para me conhecer melhor”.

Foi também sozinha que criou recentemente o seu podcast na ESCS FM – Os Loucos Anos 20. Sempre gostou muito de rádio, mas foi quando entrou no programa MP3 da ESCS FM que começou toda a sua “viagem radiofónica”.

Quando completou 20 anos de idade, a “recém licenciada da adolescência” – como se intitula – teve a ideia de criar um podcast onde pudesse falar sobre todas as inseguranças e receios desta entrada na vida adulta. Os Loucos Anos 20 são, portanto, segundo Beatriz, um marco importante na história do Mundo, mas também um marco na vida de toda a gente – daí a escolha do nome do podcast.

A ideia principal deste projeto é falar sobre tudo sem qualquer tabu. “Quero mesmo falar de tudo e expor temas que normalmente são difíceis de abordar, como relações tóxicas, sexo ou saúde mental”, revela Beatriz.

No primeiro episódio do seu podcast falou sobre as primeiras vezes em que se sentiu uma adulta. Sentiu-se “forçada” a ser adulta quando começou a viver sozinha em Lisboa e contou quais foram os seus maiores apoios, dando também algumas dicas que resultaram consigo. As amizades que criou, os passeios para conhecer a capital e a entrada nos núcleos da ESCS foram algumas das coisas que a ajudaram na fase de adaptação e que a fizeram sentir em casa, mesmo estando longe da terra que a viu crescer e da sua família.

O segundo episódio aborda a questão da entrada no mercado de trabalho – uma realidade que preocupa muitos estudantes. “Não faz mal estarmos inseguros em relação ao nosso futuro. Parece que vejo toda a gente já a trabalhar na área, mas ao mesmo tempo também me apercebi de que, tal como eu, também há muita gente a sentir-se meio perdida”. São todas estas inseguranças que podemos ter na transição para a vida adulta que servem de mote para os episódios do seu podcast – “se calhar estamos todos um bocado assustados com isto de sermos adultos. Por isso, acho que a melhor forma de começarmos este processo é com entreajuda”.

O feedback deste projeto tem deixado a escsiana radiante e com motivação para trazer mais conteúdo. Logo depois do primeiro episódio, várias pessoas lhe enviaram mensagens a elogiar a ideia do programa e a mostrar entusiasmo para ouvir mais. “Não estava nada à espera de feedback tão positivo e é mesmo isso que me motiva: saber que há pessoas a ouvirem o podcast e saber que posso ajudar quem se sente tão perdido como eu”.

Este é um programa quinzenal que sai às quintas-feiras pelas 20h. Podes ouvir Os Loucos Anos 20 no mixcloud https://www.mixcloud.com/osloucosanos/os-loucos-anos-20-ep2-entrar-no-mercado-de-trabalho-c-carolina-galv%C3%A3o/

Artigo revisto por Ana Rita Sebastião