O impacto que teve no mundo da Moda e quais as tendências atuais ligadas a esta época
Hey besties, espero que estejam bem e preparados para mais uma viagem no tempo.
Para hoje, teremos mais uma bonita história de amor. Para que sintam esta história tal como deve ser sentida, ouçam como música de fundo It Had To Be You e imaginem-se a entrar num passado bem longínquo, como 1918.
Espero que se apaixonem pelos “Loucos anos 20” como eu me apaixonei quando falei sobre isto nas minhas aulas de História do secundário. Seja pelo professor incrível que tive, seja pelo meu gosto pessoal sobre o tema, há que ter em atenção que este período conseguiu mesmo mudar mentalidades, tornando as pessoas mais livres e poderosas, principalmente as mulheres.
A HISTÓRIA – o final da Primeira Guerra Mundial e a mudança de mentalidades
Já estando historicamente situados, foi com o final da Primeira Guerra Mundial que tudo começou. As cidades ficaram a ser governadas pelas mulheres dos combatentes, pois estes foram para a Guerra e era necessário um grande apoio em todos os setores: desde bancos aos correios, passando por hospitais, escolas e até fábricas. As mulheres entraram em ação e começaram a perceber o potencial que tinham para estar onde os homens sempre estiveram.
Estava-se farto de patriotismos – queria-se fazer a diferença, e esta era a altura certa para agir.
O consumo em larga escala e o crescimento industrial da altura fizeram os grandes centros metropolitanos mundiais (como Paris, Nova Iorque, Berlim, Chicago e Nova Orleães) sentirem uma grande diferença no estilo de vida e na cultura daquela época.
Novos hábitos são visíveis nas ruas: as mulheres fumam e conduzem. Os eletrodomésticos passam a ser grandes aliados, facilitando o trabalho doméstico, e o trabalho diário passa a ser mais regular, o que faz com que as pessoas tenham mais tempo livre. A partir dos anos 20, os clubes noturnos eram visitados por homens e mulheres até muito tarde, pois só se pensava em aproveitar a vida e as novidades que surgiam de todos os lugares do mundo. Dançava-se Charleston e Breakaway, e ouvia-se o recente Jazz de fundo e bebia-se como forma de divertimento entre os vários grupos de mulheres, prontas para dançar, e de homens que há muito não sentiam um alívio nas suas vidas. Com toda esta evolução, os Mass Media nascem, contribuindo fortemente para a transformação social dos anos 20.
Não só em Nova Iorque como também nas outras cidades europeias, as pessoas queriam sentir-se livres, e sentiu-se uma grande mudança no que toca à Moda e à maneira de ver a roupa, os acessórios e a maquilhagem.
DECOTES, BATOM VERMELHO E PÉROLAS AO PESCOÇO
Os espartilhos, as saias longas e as camadas de roupa eram tão século XIX! Os “Loucos Anos 20”, no mundo da moda, são vistos como um período de total confiança e empoderamento feminino, pois as peças de roupa que usavam demonstraram o quão livres precisavam de se sentir. A sociedade sentiu uma lufada de ar fresco e sexy pelas ruas, e todos pareciam aderir às novidades.
Braços à mostra, decotes visíveis e saias mais curtas começaram a ser admiradas e adoradas. As saias tornaram-se menos longas e os tecidos, como seda e jersey (uma malha mais fina e solta), eram ótimos aliados da dança, uma vez que permitiam que o corpo estivesse mais solto e, consequentemente, mais confortável para dançar noite fora! Os vestidos eram mais curtos (acima do joelho), o que além de ser mais um símbolo de poder feminino (que até à altura nunca se tinha conseguido atingir) era também um símbolo icónico desta altura.
Por falar em icónico, os chapéus eram indispensáveis a qualquer look noturno (pois eram proibidos de usar durante o dia) e as plumas e pérolas traziam leveza e movimento ao corpo feminino.
Pela 1.ª vez em muitos anos, o conforto sobrepôs-se à estética e, pessoalmente, esta é uma das tantas características que me fez apaixonar por esta altura da História da Moda.
“Existe aqui uma rutura com a imagem do passado (e mesmo com o início do século XX) que reflete o assumir de uma vida pública, por parte das mulheres, muito para lá da representação de género”
– socióloga Cristina L.Duarte, autora de Moda e Feminismos em Portugal, e investigadora do Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais da Universidade Nova de Lisboa.
No que toca à maquilhagem, o batom vermelho e o lápis preto faziam facilmente sobressair a beleza feminina, uma vez que em conjunto com os vestidos com franjinhas, as plumas aos ombros e as pérolas ao pescoço criavam a combinação perfeita de glamour, conforto e sensualidade. O cabelo curto foi característico desta época, uma vez que destacava mais o pescoço e dava a sensação de alinhamento com os ombros.
O IMPACTO DOS LOUCOS ANOS 20 NA CULTURA E NA ARTE
Nesta altura, houve um grande apaixonar pelas estrelas de Hollywood e designers incríveis como Coco Chanel e Jean Patou desenharam peças para grandes celebridades. A sociedade desta altura, além dos clubes noturnos, frequentava muitos teatros e assistia a eventos de ópera. Os cinematógrafos também ganharam destaque nesta altura, uma vez que exibiam os filmes de Hollywood.
Um momento memorável dos anos 20 foi quando, em 1927, Jacques Doucet (um designer de moda francês) provocou escândalo aos mais conservadores, desenhando e costurando saias que eram tão curtas ao ponto de mostrar as ligaduras de renda das mulheres.
A Arte Déco foi o movimento artístico da altura. Marcado pela estética e pela cor com que se vivia na época, a Arte Déco apresenta uma visão moderna, geométrica, um pouco industrial e, até mesmo, rítmica.
Apesar de ter sido um artigo mais curto, espero que se tenham fascinado com a magia da Moda dos anos 20. Ainda que historicamente haja muito para falar, este período abriu mentes para aqueles que achavam que vestir-se de uma maneira mais livre e glamorosa estava longe de acontecer. Foi um período de prosperidade cultural, e a moda reflete com detalhe a sociedade desta época.
Com amor me despeço de vocês, e já sabem, contem comigo para próximos artigos relacionados com os meus períodos preferidos da Moda, e muito mais.
Um beijinho, Cláudia <3
Fonte da capa: Pinterest
Artigo revisto por Joana Gonçalves
AUTORIA
Aquariana, criativa e sonhadora por natureza, a Cláudia tem o sonho de um dia trabalhar na Vogue Portugal. Adora o lado bonito e simples da vida, animais e muita roupa e acessórios repletos de brilhantes.
Vê a Moda como uma manifestação artística de cada época histórica, e que bom que é ver mais, explorar mais e inspirar-se cada vez mais. Estar na ESCS Magazine como editora só a faz querer sonhar ainda mais alto, ter a certeza que tudo o que queremos acontece, basta acreditar.