Julgamentos em praça pública
Mas agora são todos juízes?
Nos dias que decorrem, os meios de comunicação têm um papel cada vez mais importante na vida em sociedade. Se há algumas décadas as notícias e mensagens demoravam uma eternidade a chegar ao destinatário, hoje bastam uns meros segundos. Este encurtamento do tempo pode trazer consequências positivas, mas também negativas. Isto porque o facto de haver muita informação a circular não quer dizer que esta seja toda verdadeira.
No entanto, este artigo não é sobre a veracidade da informação ou a falta dela, mas sim sobre a forma com as pessoas julgam os visados na mesma. Este acontecimento vai desde os mais novos, quando leem algo nas redes sociais, até aos mais idosos, quando estão sentados no sofá das suas casas a ver o telejornal e, posteriormente, sentados no café à conversa com amigos. Todos nós, enquanto seres humanos, fazemos juízos de valor. Contudo, julgar alguém por não me cumprimentar na rua é completamente diferente de julgar alguém por homicídio ou violação. O peso das acusações não é o mesmo, mas atualmente parece que sim. Mal alguém é acusado de um crime, já foi praticamente condenado em praça pública, e daí vem a questão: mas agora são todos juízes? A função dos tribunais é mesmo essa: administrar a justiça em nome do povo. Apesar disso, a população parece insistir em querer tomar posse dessa função e fazer justiça em nome próprio.
A opinião pública tem um enorme poder, que muitas vezes é esquecido e menosprezado. Quando uma pessoa é condenada em praça pública, mesmo que posteriormente venha a ser ilibada pelo tribunal, vai ficar sempre marcada. E quem a condenou até se pode arrepender, porque o estrago já vai estar feito.
Assim sendo, penso que as pessoas deviam deixar os julgamentos para os tribunais e juízes ou, pelo menos, tentar conhecer os factos antes de tirarem ilações precipitadas.
Fonte da capa: Pexels
Artigo revisto por Miguel Calixto
AUTORIA
O Miguel é um jovem um tanto ou quanto introvertido e por isso às vezes prefere escrever do que falar. Estudou Ciências-Socioeconómicas e vem de Carcavelos. Com 18 anos e após pensar muito, decidiu entrar em Jornalismo na ESCS não só para aprender mais sobre a profissão, como também para melhorar as suas soft skills. É um apaixonado por desporto e adora videojogos. Entrou na ESCS Magazine com o objetivo de evoluir a sua escrita e aprender cada vez mais!