Web Summit 2024: pináculo da inovação?
Inteligência artificial, empresas start-up e tecnologia. A Web Summit voltou este ano ao Parque das Nações, em ano de recorde de participantes e 17 palcos entre o Meo Arena e a Feira Internacional de Lisboa (FIL).
Depois dos boicotes em 2023, a Web Summit regressou a Lisboa, no Parque das Nações. Este ano, a maior feira de tecnologia da Europa trouxe a Lisboa mais de 70.000 participantes, 1.000 investidores e 3.000 start-ups.
“Temos o maior número de start-ups desde sempre em exibição no nosso evento nos próximos três dias. Temos um número recorde de start-ups fundadas por mulheres: 44% das quase 3.000 start-ups expositoras nos próximos três dias são fundadas por mulheres, o que é absolutamente impressionante“, afirmou Paddy Cosgrave, co-fundador da Web Summit.
«A Web Summit é o pináculo dos eventos, sobretudo no que toca a start-ups sobretudo a níveis iniciais, mas também a níveis mais avançados. Ajuda muito a interagir com outros fundadores, podemos trocar notas, fazer parcerias e ter ideias novas.» -Participante na Web Summit
Este tipo de empresas é importante para a economia pois oferecem um espaço seguro para o crescimento e a inovação. Empresas como a Uber e a Revolut, que fazem hoje parte do nosso dia-a-dia, começaram assim, na Web Summit.
O evento contou com muitas caras conhecidas, como Pharrell Williams, Rúben Dias, Luís Montenegro e Carlos Moedas. No entanto, o cartaz de 2024 pareceu menos recheado de estrelas. Ainda assim, segundo o Expresso, “a função principal do evento continua firme e a garantir resultados: unir ideias a outras ideias.”.
Desde a Ucrânia e os Países Baixos a Cabo Verde e Qatar, o número de delegações governamentais e de agências públicas de captação de investimento vai ser visível. Este ano, podem ser encontradas 300 start-ups alemãs e britânicas, 170 espanholas, 100 italianas e 250 de todo o continente americano, contando com o maior número de delegações de sempre.
Na sua intervenção, Paddy Cosgrave recordou o relatório de investimento Crunchbase, que mostra que as start-ups em estágio inicial que participaram no ano passado arrecadaram mais de 750 milhões de dólares.
O ex-CEO da Web Summit voltou ao comando do evento este ano, depois da sua demissão na sequência dos boicotes da Amazon, Google e Meta, no ano passado. Em causa estavam as declarações do empreendedor irlandês na rede social X (antigo Twitter) acerca do conflito Israel-Palestiniano, considerando a abordagem israelita em Gaza como um “crime de guerra”.
«Crimes de guerra são crimes de guerra, mesmo quando cometidos por aliados, e devem ser chamados pelo que são» -Paddy Cosgrave via X (antigo Twitter)
Katherine Maher, que assumiu o lugar de Cosgrave durante os seis meses da demissão do fundador, volta este ano ao evento, desta vez no lugar de oradora convidada, para discutir “Uma nova era Trump”, no primeiro dia da Web Summit, no palco principal, localizado no Meo Arena.
A Inteligência Artificial foi o grande tema desta nona edição da Web Summit. Max Tegmark, presidente do Future of Life Institute, defende a existência de padrões de segurança como os que existem para a medicina. “Há regulações para aviões, medicamentos e até para restaurantes, mas nos Estados Unidos não há nenhuma [regulação].”, explica Max Tegmark em conferência de imprensa.
«Acho que é preciso alguma precaução e um acompanhamento de proximidade [da Inteligência Artificial], sobretudo com as questões éticas relacionadas com os princípios e valores da nossa sociedade.»
Ainda sobre IA, Luís Montenegro aproveitou a ocasião para anunciar uma Inteligência Artificial portuguesa. Trata-se de um LLM (Large Language Model), ou seja, um grande modelo de linguagem. Segundo o Primeiro-Ministro, é “um passo crítico” para a educação e a administração pública e de empresas. “Somos um país com muita qualidade de vida, onde [as empresas] se podem inspirar para criar inovação e tornar a nossa sociedade mais desenvolvida.”, afirmou na cerimónia de abertura.
O evento foi ainda marcado pelo prémio “Capital Europeia da Inovação em Ascensão (European Rising City)”. Em primeiro lugar ficou a cidade de Braga, seguida por Linz, na Áustria, e Oslo, capital da Noruega. As duas últimas cidades vão receber um prémio de 50 mil euros, enquanto a cidade vencedora terá direito a um cheque de 500 mil euros.
Carlos Moedas, ao passar o testemunho, depois de ter vencido a mesma categoria no ano passado, apelou: “Usem-nos para desenvolver a cidade, para a educação, a habitação. Usem-no para continuarem a ser a capital europeia da inovação.”.
Fonte da capa: Inês Gonçalves
Artigo revisto por Matilde Gil
AUTORIA
A Inês decidiu que queria ser jornalista porque tinha medo da professora de inglês. Numa aula de inglês do 6º ano, a professora perguntou aos alunos o que é que eles queriam ser quando fossem grandes, mas ela ainda não sabia. Então ela foi à última página do manual ver a lista de profissões que sugeria, onde encontrou a profissão “jornalista”. Desde então que sempre gostou muito de ler e de escrever. Quando acabou o 12º ano, não espantou ninguém quando se candidatou ao curso de Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social.