Música

A melodia do conhecimento: O impacto da música no estudo

O segundo semestre acabou de começar e com ele vêm novos momentos de estudo, trabalhos, frequências e exames. Muitos estudantes sentem-se atormentados ao passarem horas a olhar para um ecrã de computador ou para os seus apontamentos, sem conseguir absorver nada da matéria. Quando a concentração se torna um desafio, a música pode ser uma ferramenta de apoio importante nos momentos de estudo. 

Há muito que se fala no “efeito Mozart”, ou seja a ideia de que ouvir música clássica, nomeadamente a música de Mozart, potencia o desenvolvimento cognitivo, exercendo efeitos benéficos no cérebro. Estudos posteriores indicam que a música pode estimular diferentes partes do cérebro, ajudando não só na concentração, mas também na motivação e memória.

Fonte: Unicesumar

No entanto, cada pessoa tem gostos e hábitos musicais diferentes, o que significa que este efeito pode ser alterado dependendo de cada um. Por exemplo, o estilo de música: ritmos mais suaves e clássicos podem ajudar a manter o foco, enquanto que um ritmo mais acelerado pode ser mais eficaz na motivação. 

Teoricamente, nem toda a música é a “mais adequada” para estudar. Canções muito mexidas e com letra podem distrair, especialmente se o objetivo do estudo envolver uma tarefa “passiva” como a leitura de algo, pois o cérebro vai tender a processar as palavras da canção ao mesmo tempo que processa o conteúdo que está a ler. As sugestões passam normalmente por:  música clássica, ideal para a concentração; lo-fi, um género, popular entre estudantes, com um ritmo suave e repetitivo que cria um ambiente relaxante; sons da natureza, como a chuva ou ondas do mar, que ajudam no foco; e música instrumental que ajuda a manter um ritmo de estudo sem distrações. Todavia, num estudo publicado por uma revista de neurociência, Frontiers in Neuroscience, concluiu-se que a melhor opção de música é aquela com que já estamos familiarizados.

O facto de ouvirmos uma música que já conhecemos, e de que gostamos, ativa a parte do cérebro responsável pelo movimento, antecipando o prazer que sentimos quando a ouvimos, aumentando assim a concentração. 

Fonte: Youtube

Para além de facilitar o foco durante o estudo, a música pode promover outros benefícios, como, por exemplo, a redução do stress durante períodos académicos de maior pressão. Uma playlist relaxante pode ajudar a diminuir a ansiedade, de forma a tornar a mente mais recetiva à aprendizagem. Também o aumento da produtividade é um fator a considerar, já que, aliada à motivação, a música cria um fluxo de trabalho mais consistente e eficiente, com melhores resultados. 

De forma a tirar o maior partido da música enquanto estudas, sugerimos que cries playlists personalizadas às tuas necessidades e adaptadas a diferentes tarefas. Se o teu objetivo é concentração intensa, tenta optar por música clássica ou sons da natureza. Por outro lado, se estiveres a fazer uma tarefa mais repetitiva ou mecânica, músicas com um ritmo mais animado podem ajudar a manter a motivação e energia. Os serviços de streaming de música, como o Spotify, possuem imensas playlists já criadas que te podem facilitar; basta pesquisar keywords como “study”, “focus” ou “instrumental”. 

Fonte: Recording History

O mais importante é encontrares o que funciona melhor para ti, pois cada pessoa tem uma resposta diferente a diferentes tipos de música. Recomendamos que experimentes vários estilos de música, canções, e playlists, e que tentes compreender quais se adaptam mais ao teu método de estudo. A música pode ser uma forte aliada na construção de hábitos de estudo mais eficazes e prazerosos. Com a música certa, os teus momentos de estudo não precisam de ser um sacrifício, mas sim uma experiência mais agradável que te ajuda a cumprir os teus objetivos académicos. 

Fonte da Capa: ArmanDraws

Artigo revisto por Liliana Braz 

AUTORIA

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Embora esteja (ligeiramente) mais perto dos 30 do que dos 3, a Beatriz nunca passou da idade dos porquês. A sua curiosidade inata é o que a faz interessar-se por mil e um temas, podendo ficar horas a falar sobre qualquer assunto (se não a mandarem calar). Não troca nada deste mundo por um bom café acompanhado de uma conversa que a faça pensar. Entrou para a ESCS Magazine com o desejo de reavivar a paixão pela escrita, algo que cultiva desde a infância, e para continuar a satisfazer o seu amor por conversas intermináveis, agora traduzidas em texto.