Eles dizem que é amor: o romance de Selena Gomez e Benny Blanco traduzido ao longo de 14 canções
Depois de meses de especulação nas redes sociais, Selena Gomez e Benny Blanco lançaram o seu primeiro álbum conjunto, I Said I Love You First. Lançado a 21 de março de 2025, o disco não só marca um novo capítulo na carreira de ambos, como conta a história de amor do casal, desde o tempo em que ainda não se conheciam até ao futuro que os espera. Numa fusão de intimidade, vulnerabilidade e música pop ao longo de 14 faixas, o casal constrói uma espécie de diário emocional, onde se cruzam momentos de paixão e dúvida.
Este marca o quinto álbum de estúdio de Selena Gomez, que surge após um hiato musical de cinco anos, desde Rare (2020). Para Benny Blanco, conhecido maioritariamente nos bastidores da indústria musical enquanto produtor e compositor responsável por alguns dos maiores êxitos musicais dos últimos anos, este projeto representa o seu terceiro álbum de estúdio e a sua segunda colaboração com Gomez.
O projeto surge assim como um encontro artístico e pessoal, em que as contribuições de ambos se equilibram de forma surpreendente, entre o intimismo das músicas mais calmas e a ousadia de algumas faixas.
Canções como “Scared of Loving You”, lançada no Dia dos Namorados, abraçam uma estética quase acústica, onde ouvimos Gomez num registo mais despido e cru. Em contraste, músicas como “Bluest Flame” e “I Can’t Get Enough” mergulham em territórios e influências de eletrónica e synth-pop com produções mais alternativas, que conferem ao álbum uma textura sonora variada. Esta diversidade não parece, no entanto, diluir o conceito do álbum: pelo contrário, relembra a dinâmica e complexidade de uma relação real.
O disco conta ainda com um leque de colaborações que acrescentam textura e um novo som ao universo emocional criado pelos artistas. Gracie Abrams empresta a sua sensibilidade e tom melancólico a uma das mais populares faixas, Charli XCX surge com a sua energia irreverente e arrojada, enquanto J Balvin e Omar Apollo trazem sonoridades latinas e de R&B, que adicionam outra vivacidade ao álbum. Contudo, é “Ojos Tristes”, uma música com a participação de The Marías, que se destaca. Uma reinterpretação do clássico de Jeanette “El Muchacho de los Ojos Tristes”, a música é tanto um tributo às raízes latinas de Gomez como um momento de reinvenção nostálgica. Esta faixa não só se tornou uma das mais bem recebidas do álbum, como conquistou a liderança na tabela Billboard Hot Latin Pop Songs.
A receção crítica a I Said I Love You First dividiu opiniões. Embora reconheçam a autenticidade emocional e colaboração entre a dupla, as críticas consideram o álbum disperso, com faixas que relembram excessivamente outras músicas e interlúdios falados que não contribuem de forma significativa para a narrativa, quebrando o ritmo geral.
A influência exagerada de artistas, como Lana Del Rey, levanta também questões sobre a originalidade do trabalho. Por outro lado, publicações como a Billboard e a Rolling Stone destacam a capacidade do casal conseguir explorar diferentes géneros e emoções e elogiam a sinceridade emocional ao abordar temas como o ciúme, medo de perda ou idealização do amor.
A nível comercial, este disco teve um impacto imediato nos charts. O álbum estreou-se em segundo lugar na Billboard 200 com mais de 120 mil unidades vendidas na primeira semana, o que representa o melhor resultado de sempre para um disco da cantora. Adicionalmente, quatro faixas entraram diretamente no Hot 100, com destaque para “Call Me When You Break Up” e “Ojos Tristes”, que rapidamente se tornaram virais nas plataformas sociais, especialmente no TikTok. Este sucesso junto das gerações mais jovens não surpreende, considerando a forte presença digital do casal e o envolvimento dos fãs na sua relação.
Mais do que um trabalho colaborativo entre dois artistas, este álbum é uma declaração pessoal que cruza o plano artístico com o íntimo. Há, ao longo das 14 faixas, uma tentativa de contar uma história real de amor, com todos os seus altos e baixos, momentos de dúvida e euforia.
Ainda que nem sempre equilibrado na sua estrutura, entre momentos de vulnerabilidade genuína e algumas escolhas menos inspiradas, está a química e a relação de Gomez e Blanco enquanto casal.
O projeto merece mérito na forma como, dentro do formato pop, tenta criar uma narrativa real que reflete sobre o amor e transforma a sua experiência em arte.
Fonte da Capa: Rolling Stone Brasil
Artigo revisto por Inês Gomes
AUTORIA
Embora esteja (ligeiramente) mais perto dos 30 do que dos 3, a Beatriz nunca passou da idade dos porquês. A sua curiosidade inata é o que a faz interessar-se por mil e um temas, podendo ficar horas a falar sobre qualquer assunto (se não a mandarem calar). Não troca nada deste mundo por um bom café acompanhado de uma conversa que a faça pensar. Entrou para a ESCS Magazine com o desejo de reavivar a paixão pela escrita, algo que cultiva desde a infância, e para continuar a satisfazer o seu amor por conversas intermináveis, agora traduzidas em texto.





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