Artes Visuais e Performativas

Entre o ecrã e o palco: quando o digital invade a performance

Nos últimos anos, o avanço tecnológico transformou a forma como experienciamos o espetáculo ao vivo. O palco já não é apenas um espaço físico. É um território expandido onde o corpo do artista dialoga com projeções, sensores e ecrãs.Durante a pandemia, muitos criadores recorreram à internet para manter as suas performances acessíveis. Esse período abriu caminho a novas linguagens, nas quais o digital não é mero suporte, mas parte integrante da obra. Projetos como o “Distância Presente”, do Teatro Nacional D. Maria II, ou as experiências virtuais do Bando mostraram que a performance pode existir tanto no ecrã quanto no palco.

Fonte: Teatro Nacional D. Maria II

Em Portugal, jovens artistas têm explorado o uso da realidade aumentada e da inteligência artificial para criar experiências imersivas. O público já não é apenas espectador, mas participante: move-se, interage e influencia a narrativa. A arte performativa torna-se mais democrática e acessível, embora enfrente o desafio de preservar o seu caráter humano e emocional.

Segundo a crítica de arte Claire Bishop, “a presença física do corpo é o que distingue a performance das outras formas de arte”. No entanto, na era digital, essa presença ganha novas camadas de significado. O corpo pode estar ausente, mas continua a comunicar através do som, da imagem e da sensação de partilha que o digital permite.

Fonte: Teatro Nacional D. Maria II

Entre o ecrã e o palco, nasce uma nova forma de presença que é híbrida, sensorial e expansiva. O futuro das artes performativas talvez não seja escolher entre o real e o virtual, mas aprender a coexistir entre ambos, reinventando-se a cada performance.

Fonte da capa: Unsplash

Artigo Revisto por Lara Santos

AUTORIA

Loidy Abreu
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A Loidy é estudante do 1.º ano de RPCE. Por muito tempo  nutriu interesse pela escrita e pela forma como a informação pode aproximar as pessoas e gerar impacto positivo. Durante três anos, integrou a Orquestra da Academia Cesária Évora, em Cabo Verde, onde tocava violino, uma experiência que aprofundou o seu gosto pela música e pelas artes. Atualmente, trabalha como auxiliar de média na SOS Voz Amiga, onde alia comunicação e responsabilidade social.