Cinema e Televisão

Sofia Coppola: a sensibilidade feminina no Cinema

Sofia Coppola é uma atriz, roteirista e realizadora americana conhecida por ser vencedora de um óscar na categoria de “melhor direção” com o filme Lost in Translation (2003). É filha do famoso diretor Francis Ford Coppola – que dirigiu filmes como The Godfather e Apocalypse now – que se tornou uma inspiração para Sofia. Entre  2010 e 2020, foi premiada em diversos festivais pelo seu talento. 

Na cinematografia de Sofia Coppola está muito presente a conexão emocional – a nível pessoal – que tem com as suas histórias. A sensibilidade, a exploração da identidade e a incerteza também são temas abordados nos seus filmes, focando-se em personagens vulneráveis, especialmente mulheres, utilizando uma estética visual que une elementos históricos e contemporâneos. Frequentemente se orgulha de mostrar o ponto de vista feminino nos seus filmes. Para além disso, Sofia também procura explorar temas como a solidão, a melancolia e a efemeridade. O seu estilo único mistura a ousadia com a fragilidade, mostrando-nos o seu interesse em explorar o cotidiano, começando de uma perspetiva externa das suas personagens e chegando à essência mais íntima e singular das protagonistas. Alguns dos seus filmes mais famosos são: The virgin suicides (1999), Lost in Translation (2003), Marie Antoinette (2006) e Priscilla (2023).  

Algumas características principais da sua cinematografia, em relação ao estilo visual e sonoro, é a existência de uma sensibilidade na forma de contar histórias, com o uso marcante da música, da fotografia, do design e da moda.

Fonte: Pinterest

Com os seus filmes, Coppola faz críticas sociais tanto à idealização do casamento como ao confinamento feminino e ao poder patriarcal. Em The Virgin Suicides (1999), as irmãs Lisbon vivem sob o controlo moral e religioso dos pais. É então criticado o modo como o patriarcado transforma o desejo em culpa e o lar em prisão, representando a objetificação feminina. Já em Priscilla (2023), é criticado o casamento entre o casal principal, onde é retratada a violência e a manipulação por parte de Elvis. 

A representação do “feminino” nos filmes de Coppola não é apresentada como fraqueza, mas sim sensibilidade no modo de perceber o mundo com empatia e vulnerabilidade. 

Fonte: Pinterest

Infelizmente, Sofia sofreu acusações de “nepotismo” (acreditam ser bem-sucedida por conta do seu pai ser muito famoso e não pelo seu trabalho) e também sofreu machismo da indústria, mas foi capaz de mostrar que os seus filmes são explorações delicadas da natureza humana.

Contudo, Coppola provou ser uma das diretoras mais autênticas, genuínas e sensíveis da sua geração, capaz de transformar experiências pessoais e reflexões íntimas em obras cinematográficas de grande profundidade emocional.

Fonte da Capa: Pinterest

Artigo Revisto por: Mariana Rocha

AUTORIA

+ artigos

A Margarida tem 18 anos, vem de Mafra, e está no primeiro ano em jornalismo. Sempre foi muito tímida, mas quando ganha confiança não para de falar. Acredita que uma das suas melhores qualidades é a empatia e então tenta sempre ver o lado bom das pessoas. Adora sair com os amigos, ir a concertos, ler e fazer reviews no letterboxd mas a sua verdadeira obsessão é a Billie Eilish e filmes da Marvel. Desde pequena que adora desporto e atualmente faz patinagem artística. Sempre gostou de escrever e acredita que entrar na ESCS Magazine é uma oportunidade perfeita para aprender coisas novas.