Chegaram ontem os primeiros refugiados a Lisboa
Com destino a distritos como Lisboa, Penela e Sintra, as cinco famílias que chegaram hoje eram compostas por 13 adultos, dois bebés e crianças mais velhas.
São ao todo 22 refugiados que chegaram ontem à capital portuguesa vindos da Eritreia, do Sudão e do Egipto. As cinco famílias que constituem este grupo foram recebidas por uma sessão de boas-vindas que contou com a participação da ministra da Cultura, Igualdade e Cidadania, Teresa Morais, um representando do Estado português e entidades de solidariedade, com atividade no acolhimento e integração dos refugiados.
Carregando inúmeros sacos e mochilas e empurrando carrinhos cheios de bagagens, estes 22 refugiados são os primeiros num grupo de 45 que têm chegada indeterminada a Portugal, graças à greve da empresa aérea alemã Lufhansa, indicada pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
Numa nota enviada, em outubro, à agência Lusa, o SEF referiu que os 45 refugiados já deviam ter chagado a Portugal em setembro, mas “uma situação burocrática no Egito” impediu a saída do grupo do campo de refugiados.
O SEF também afirmou que a maioria destes migrantes são maioritariamente famílias com crianças pequenas que vão ficar instalados em Penela e na área de Lisboa.
Contudo, o acolhimento nacional não termina por aqui: de acordo com o plano de recolocação da União Europeia, Portugal planeia receber, no total, 4.754 cidadãos. Coordenado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), este plano existe desde 2007 para reinstalar pessoas que fugiram dos seus países de origem e vivem em Estados que os acolheram mas onde não estão reunidas condições de segurança para os integrar. Este grupo que chegou agora vem preencher as quotas a que Portugal se compromete desde 2007 com o ACNUR, explica Tito Morais, presidente do Conselho Português para os Refugiados (CPR), que pretende acolher nove pessoas. Os restantes serão distribuídos pelo Serviço Jesuíta para os Refugiados e ficarão localizados em Lisboa; já a Fundação Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional (ADFP) receberá 21 dos desalojados. “O sucesso na integração acontecerá se estas famílias puderem, ao fim dos dez meses, ser autónomas e gozar de independência socioeconómica”, refere a fundação.
Portugal é um dos países da União Europeia que acolherá refugiados nos próximos dois anos. Na Grécia já foram registadas cerca de 250.000 chegadas à costa do país só em 2015; na Alemanha, são mais que 98.700 os pedidos de auxílio feitos. Outros países europeus como a Suíça, a França e a Bélgica contam com mais de 6.700 pedidos para o acolhimento daqueles que fogem ao terror dos seus países natais.