A Forma da Água: gostei, mas não adorei
Realizado por Guillermo del Toro, a mente por detrás de O Labirinto do Fauno, e contando com um elenco fenomenal que inclui nomes como Sally Hawkins, Michael Shannon, Richard Jenkins e Octavia Spencer, A Forma da Água é um dos grandes frontrunners para os Óscares, com 13 nomeações (o mais nomeado este ano).
A Forma da Água conta a história de Elisa (Sally Hawkins), uma mulher das limpezas muda que cria uma conexão especial com um homem anfíbio, mantido cativo pelo governo americano, durante o decorrer da Guerra Fria.
O filme tem tudo para ser louvado sem fim:
- uma cenografia fenomenal e tão única que, sem qualquer esforço, nos delicia e vende ao espetador o mundo apresentado;
- uma banda sonora que nos deixa rendidos a esta obra cinematográfica, sem sequer ser necessário ver o filme;
- atuações incríveis e que nos deixam sem palavras, como a de Sally Hawkins, que entrega uma performance arrebatadora sem recurso à fala;
- uma junção entre fantasia e realidade muito bem feita, sem que nenhuma se sobreponha à outra e criando um balanço quase perfeito.
Apesar de tantos aspetos perfeitos, o filme não consegue estabelecer uma conexão emocional forte com o espetador. Tal faz com que o romance não consiga ser tão apreciado como poderia e leva a que diversas situações não sejam tão impactantes como teoricamente deveriam ser.
Aliado a isto, o argumento peca por ser simples, apesar de uma história muito interessante. Acaba por cair no expectável, não desafiando intelectualmente o espetador e colocando mais peso da apreciação da narrativa na conexão emocional, área em que o filme também sofre problemas, como anteriormente referi.