Isabel II: um nome que durante setenta anos foi falado em todo o mundo. Desde o seu país até aos lugares mais longínquos, a monarca era conhecida como A Rainha. O mesmo aconteceu comigo. Até à sua morte, Isabel II foi um pilar na minha vida, e ,por isso, faço a seguinte pergunta: Será Isabel II apenas uma rainha esquecida na História ou o seu legado irá perdurar pelos séculos?

Não nasceu como futura rainha, nasceu como filha do Duque de Iorque, e tudo indicava que iria ter uma vida pacata. No entanto, no ano de 1936, a sua vida mudou: o seu tio Eduardo VIII decidiu abdicar do trono e o pai de Isabel II, Jorge VI, sucedeu ao mesmo. A vida mudou completamente e com o passar dos anos Isabel II percebeu que o seu destino seria uma vida dedicada ao serviço público e à luta constante para proteger os seus povos contra a falsa ideia de que as Repúblicas trouxeram a democracia, principalmente as comunistas.

Grande parte de nós nasceu e cresceu a ouvir falar desta monarca, e sabia que ela estava sempre lá. Desde o início, Isabel II deu-nos uma ideia de continuidade e estabilidade no mundo, mesmo quando tudo corria mal. E, com a sua morte, parte importante desse mundo morreu, parte da História e da nossa estabilidade pelas quais  a mesma sempre lutou com o seu poder. Muitos dizem que Isabel II era apenas uma figura. Contudo, poucos sabem do seu enorme trabalho para unir as nações e lutar pela paz — como fez para terminar com as repressões às populações negras na África do Sul. O seu pai criou as bases da Commonwealth, organização que junta antigas colónias britânicas, com o objetivo de cooperação entre as mesmas e a rainha continuou a lutar para manter as nações sempre unidas e democráticas.

Pessoalmente, Isabel II tornou-se, nestes últimos anos, uma figura que eu admirava. Estava acima de qualquer político, acima de qualquer problema, acima de qualquer modelo que as pessoas seguissem. Quando havia guerra, a rainha lutava pela paz. Quando havia dúvidas, ela procurava na sua fé a resposta. Quando algum país sofria, ela tentava ajudar. Mesmo quando as pessoas achavam que ela não estava, ela sempre esteve lá. Todo o seu trabalho inspirou-me e fez de mim uma pessoa orgulhosa de ter nascido durante o seu reinado. As suas frases ajudam em tempos difíceis e a força que a mesma tinha faz com que qualquer um que a siga acredite num amanhã melhor. Podíamos ouvir as suas palavras de conforto a cada Natal e pensar que o ano seguinte poderia ser melhor.Poucas são as palavras para a descrever, mas queria concluir este artigo com este excerto de um poema cantado a celebrar o jubileu de prata da rainha: “In days of disillusion,/ However low we’ve been,/To fire us and inspire us/ God gave to us our Queen.” (Sir John Betjeman)

Fonte da capa: Notícias ao Minuto

Artigo revisto por Joana Gonçalves

AUTORIA

Francisco Gomes

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