Moda e Lifestyle

Christian Dior

 Olá, de novo. Tiveram saudades minhas?

Espero que estejam bem e prontos para mais uma bonita história de amor, daquelas pelas quais nos apaixonamos à primeira vista.

Hoje decidi trazer-vos mais uma história de vida de um estilista que adoro. Uma história que une o cheiro de um campo repleto de flores com o toque dos tecidos luxuosos e requintados de uma das maiores marcas de haute-couture. Apresento-vos, com muito amor e admiração, a história do estilista francês Christian Dior.

Esta história começa a 21 de janeiro de 1905, quando Christian Dior nasce na vila francesa em Granville, na Normandia. O seu desejo era ser artista plástico, pois desde cedo sentiu uma grande admiração pela arte e pela cor (mal ele sabia que anos depois iria ser um dos designers de moda mais importantes do século XX). No entanto, o seu pai desejava que o filho seguisse a carreira de diplomata, e por isso encaminha o filho para o centro de Paris, para que estudasse Relações Internacionais.

Fonte: Musée Christian Dior

O impacto da Segunda Guerra Mundial

  Quando chegou à cidade do amor, frequentou ateliers de pintura e chegou a criar alguns quadros. No entanto, foi convocado para a Segunda Guerra Mundial, voltando a Paris apenas em 1941. Quando regressa à cidade, decide começar a trabalhar no atelier de Lucien Long, tendo criado algumas coleções em parceria com um outro estilista, Pierre Balmain.

O período de instabilidade no mundo só terminou em 1945 e, até lá, a moda necessitou de se integrar no período histórico da altura. Os grandes ateliês de moda francesa, incluindo a Dior, criavam peças para as mulheres dos oficiais nazis, pois era importante manter o negócio ativo, apesar de tudo.

Em 1946, a sua marca começou a crescer sem parar, e foi feito um grande investimento da indústria têxtil, nomeadamente por Marcel Boussac, que ajudou Christian Dior a lançar algumas peças.

Corolle em francês, ou New Look em inglês

Com isto, em 1947 (dois anos após o término da Segunda Guerra Mundial), o designer inaugurou a Mansão Dior, e foi nesta altura que todo o seu requinte subiu de patamar. Christian Dior conhecia os traços femininos e a delicadeza da roupa como ninguém naquela altura, e rapidamente causou euforia e fascínio a todos os que o rodeavam, principalmente às mulheres francesas daquela época. Criou a coleção New Look, como forma de mudar mentalidades no que toca às vestimentas, trazendo um “new look” à vida feminina: vestidos mais sensuais, saias volumosas, chapéus complementares e cinturas muito marcadas, destacando a silhueta feminina de uma forma inexplicável. A melhor parte era como Christian Dior criava as peças: observava os tecidos que tinha, fazia uns pequenos cortes, colocava-os à prova no corpo da manequim, ajeitava-os para que transmitissem um certo movimento, dava destaque às partes mais delineadas do corpo da mulher, e era assim que as suas criações tinham um início. Com um espírito crítico e perfeccionista, Dior imaginava, testava, e deixava fluir.

Fonte: Pinterest

Dior conseguiu trazer a mudança que se necessitava – uma nova visão da moda, uma visão que tornava possível as mulheres sentirem-se elegantes, sensuais e, acima de tudo, confiantes. Durante a Guerra, as vestimentas femininas eram muito masculinas, baseadas em cortes geométricos e muito inspiradas na ideia militar. Com o New Look tudo mudou, e este marco nunca será esquecido no mundo da moda e especialmente no mundo da alta-costura.

A reação da sociedade ao New Look de Christian Dior

Apesar da Guerra ter trazido dificuldades económicas em todos os setores (nomeadamente na indústria têxtil, pois os tecidos tornaram-se ainda mais caros), Christian Dior demonstrou com vigor que isso não prejudicaria o requinte das suas peças: tecidos  luxuosos e nobres e em grandes quantidades (visto que existiam peças que necessitavam de 20 metros de tecido).

            Já antes do New Look os fatos não eram para a carteira de todos, e, considerando as dificuldades sociais e económicas que pairavam nas cidades, este estilo recebeu muitas críticas. Ainda assim, Dior não desistiu, e ainda bem. Foi dito por muitos que o que o designer criou foi um ponto de viragem do século XX no que toca ao mundo da moda, e que todas estas mudanças seriam sentidas ainda na década seguinte

Foto do meio: Messy Nessy chic; Foto do canto superior esquerdo: Pinterest; Foto do canto interior direito: Spencer Alley; Foto do canto superior direito: Pinterest; Foto do canto interior esquerdo: Getty Images

Miss Dior: o ideal de sonho

Christian Dior, como muitos outros artistas, inspirou-se na sua infância e nas experiências vividas para criar algo autêntico, tão verdadeiro e genuíno como o que sentia. E isso é notável quando pensamos na fragrância Miss Dior, criada e lançada em 1947.

            Como antes referido, Dior nasceu numa pequena vila francesa. E logo aqui somos transportados para um ambiente pacífico e acolhedor, apenas com a natureza ao nosso redor. O seu quintal emancipava o cheiro das flores coloridas que ali estavam, e tudo isto lhe despertou sentimentos que jamais poderiam ser esquecidos. Além disso, homenageou a sua irmã ao lançar este perfume, visto que quando eram mais novos chamava-a sempre de Miss Dior, pela paixão e amor à vida que tinha.

Criou então um perfume que fizesse sonhar… e que sonho tão bonito! Uma fragrância floral, frutada e dedicada, que jamais será esquecida.     

Fonte: Pinterest

Christian Dior atualmente

Quando uma marca tem bons criadores, com ideias visionárias e diferentes do comum, sabemos (quase com certeza) que os seus valores e ideais irão permanecer semelhantes. Isso aconteceu com a marca Christian Dior, com o passar dos anos. A elegância, a delicadeza, a nobreza, a sofisticação e a beleza própria da alta costura francesa são sentidas em cada peça da Dior, e ainda bem que isso  permaneceu.

            Atualmente, a marca Christian Dior SE (uma marca comum a todos os membros da União Europeia, e que é regularizada pelo Direito Comunitário) continua a ser uma das marcas de alta costura mais famosas e adoradas. Bernard Arnault é o empresário que preside a Dior, além de deter também a Louis Vuitton. Existem, atualmente, quase 200 boutiques Dior por todo o mundo.

            Várias celebridades de Hollywood foram escolhidas para continuar a preservar a imagem de Dior, pois apresentam modernidade e sofisticação à beleza do passado de Christian Dior: Johnny Depp, com o perfume Dior “Sauvage”, Jennifer Lawrence, com “Joy”, Robert Pattinson, ligado a “Dior Homme”, e a mais emblemática Natalie Portman, a imagem da fragrância “Miss Dior”.

Fonte: Pinterest

E assim termino mais uma história de vida de um dos designers que mais admiro. Espero que tenham sentido a admiração que tenho por Christian Dior, pois é provavelmente um dos meus estilistas preferidos de sempre!

Como já referi aqui, cada um tem gostos diferentes e opiniões distintas e, apesar de serem diferentes das nossas, devemos respeitar e aprender com as preferências de cada um. Christian Dior trouxe magia, elegância e delicadeza à haute-couture, e ainda bem que nos deixou um legado tão bonito como este.

Caso queiram acompanhar mais ao detalhe o trabalho diário de Dior, vejam este pequeno filme oficial no Youtube, vão adorar: https://www.youtube.com/watch?v=ZESWE3myVLk&t=484s (“The world of Monsieur Dior in his own words“)

Um beijinho, Cláudia <3

Fonte da capa: Pinterest

           Artigo revisto por Joana Gonçalves

AUTORIA

+ artigos

Aquariana, criativa e sonhadora por natureza, a Cláudia tem o sonho de um dia trabalhar na Vogue Portugal. Adora o lado bonito e simples da vida, animais e muita roupa e acessórios repletos de brilhantes. 

Vê a Moda como uma manifestação artística de cada época histórica, e que bom que é ver mais, explorar mais e inspirar-se cada vez mais. Estar na ESCS Magazine como editora só a faz querer sonhar ainda mais alto, ter a certeza que tudo o que queremos acontece, basta acreditar.