Emitido mandado europeu de detenção contra Puigdemont
Esta quinta-feira o Ministério Público espanhol pediu à Audiência Nacional a emissão de um mandado de captura internacional contra o ex-presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, e mais quatro membros do Governo catalão que o acompanham em Bruxelas.
Tudo começou quando no passado sábado, dia 30 de outubro, o executivo de Mariano Rajoy anunciou a dissolução do parlamento regional, a destituição de todo o governo catalão e a realização de eleições para 21 de dezembro.
Após estas declarações, Puigdemont viajou para a Bélgica na passada segunda-feira. O líder da Generalitat afirmou não ter ido em busca de asilo político. Foi para “levar o problema catalão ao coração da Europa” e promover “os valores da paz e do diálogo”. Para além disso, declarou só regressar a Espanha quando tiver “garantias imediatas de um tratamento justo, com separação de poderes”.
Dos catorze membros do antigo governo regional da Catalunha acusados de delitos de rebelião, sedição e desvio de fundos, apenas nove compareceram esta quinta-feira perante a Audiência Nacional. Destes, só Santi Vila poderá escapar da prisão incondicional com o pagamento de uma fiança de 50 mil euros por se ter demitido 24 horas antes da declaração unilateral de independência. Os restantes arriscam-se a cumprir penas até 30 anos de prisão.
O procurador reforça que se deve avançar com a emissão do mandado europeu para a detenção dos cinco ex-membros do Governo catalão: “O suspeito Carles Puigdemont manifestou publicamente a sua intenção de não comparecer e solicitou, como também o fizeram Antonio Comín e Meritxell Serret, declarar por videoconferência, sem oferecer pormenores sobre o seu paradeiro. Pelo exposto, solicita-se que o tribunal ordene a sua captura e detenção de âmbito nacional e internacional”.
No próximo dia 9 de novembro, a Audiência Nacional espera ouvir todos os membros do antigo governo catalão, entre os quais Puigdemont e o ex-vice-presidente, Oriol Junqueras, que está a aguardar a continuação do processo na prisão.