Cinema e Televisão

“Eu prefiro ver o filme”

Há quem diga que o livro é sempre melhor, mas a verdade é que o cinema se tornou a forma mais acessível de entrar em contacto com o universo literário. É também através do ecrã que muitos leitores redescobrem histórias esquecidas, revisitadas agora com novas formas, vozes e olhares.

As adaptações literárias que chegam entre 2025 e 2026 refletem precisamente esse encontro entre leitores e espectadores, um território onde as páginas e as imagens se completam para que cada história seja recontada – não para substituir o livro, mas para o fazer respirar de novo.

Frankenstein 

Fonte: Marca

Já em novembro, Guillermo del Toro estreia uma nova visão do clássico de Mary Shelley. Na sua versão de Frankenstein, prevista para dia 7 de novembro na Netflix, o realizador troca o terror pelo drama profundamente humano, explorando as fragilidades tanto do criador como da criatura. Jacob Elordi transforma-se num ser feito de fragmentos, atravessado por emoção e consciência, e Oscar Isaac assume o papel de um Dr. Frankenstein consumido pela ambição de ultrapassar os limites da própria natureza.

Del Toro promete um filme sombrio e poético que honra o espírito do livro sem se limitar à sua narrativa original. Não é a primeira vez que Shelley ganha nova vida no cinema, mas raramente o seu “monstro” foi tão humano e talvez seja esse o segredo para conquistar até quem nunca leu o original.

Trailer: https://youtu.be/8aulMPhE12g 

The Housemaid

Fonte: Cinemablend

O thriller de Freida McFadden chega ao grande ecrã pelas mãos de Paul Feig, com Sydney Sweeney e Amanda Seyfried nos papéis principais. 

Num registo psicológico e elegante, The Housemaid promete explorar o lado obscuro da domesticidade moderna: o que acontece quando a casa – suposto refúgio – se torna uma armadilha? Feig, conhecido por comédias como Bridesmaids, troca o riso pelo desconforto e, ao fazê-lo, promete transformar um best-seller num retrato inquietante do poder e da manipulação.

The Housemaid chega aos cinemas portugueses no primeiro dia do próximo ano (1 de janeiro de 2026) e já é possível ver o trailer em: https://youtu.be/48CtX6OgU3s 

People We Meet on Vacation

Fonte: Netflix

A Netflix aposta na autora Emily Henry, adaptando o seu fenómeno romântico sobre amizade, amor e reencontro. Tom Blyth (The Hunger Games: The Ballad of Songbirds and Snakes) e Emily Bader (My Lady Jane) dão vida a Alex e Poppy, dois amigos que decidem reviver uma viagem que outrora os uniu – e talvez também os tenha separado.

A comédia romântica chega à plataforma a 9 de janeiro de 2026 e promete ser aquele tipo de história que transforma o clichê em conforto. É a adaptação perfeita para quem prefere sentir o livro em imagens: sol, nostalgia e silêncios que dizem tudo.

Wuthering Heights

Fonte: TV Insider

Depois de Saltburn, Emerald Fennell regressa com outra narrativa sobre obsessão e desejo. A sua nova versão de Wuthering Heights, com Margot Robbie e Jacob Elordi, tem estreia marcada para fevereiro de 2026 e promete revisitar o clássico de Emily Brontë com uma lente moderna e provocadora.

Fennell aposta numa adaptação mais sensorial do que literal, menos castelos envoltos em neblina, mais intensidade emocional e conflito interior. Os pântanos, símbolo eterno do romance, transformam-se agora num espelho do que há de mais selvagem nas paixões humanas: incontroláveis, destrutivas e, por isso mesmo, irresistíveis.

The Hunger Games: Sunrise on the Reaping

Fonte: ComingSoon.net

Vinte e quatro anos antes de Katniss Everdeen desafiar o sistema, Panem prepara-se para regressar ao grande ecrã com uma nova história de ambição e controlo. A nova prequela de Suzanne Collins, com estreia marcada para novembro de 2026, volta a contar com Francis Lawrence na realização.

Desta vez, testemunhamos o 50.º The Hunger Games, também conhecido como o Second Quarter Quell. A promessa é clara: um mergulho mais político, mais brutal e mais reflexivo sobre como se constrói (e controla) uma sociedade através do entretenimento. Uma ironia perfeita para tempos em que o próprio público consome a violência mediática com a mesma fome de espetáculo.

The Odyssey

Fonte: BookMyShow

Com estreia marcada para julho de 2026, The Odyssey promete ser um dos grandes acontecimentos cinematográficos do ano e um regresso às origens da narrativa. 

A nova versão cinematográfica, ainda envolta em segredo, ambiciona unir estética moderna com narrativa mítica. Famoso por criar experiências visuais e emocionais intensas, Nolan promete um filme que honra a grandeza do épico original, mas com a assinatura de intriga, suspense e profundidade que caracteriza a sua obra. 
Entre clássicos renascidos (Frankenstein, Wuthering Heights), thrillers contemporâneos (The Housemaid) e universos pop (The Hunger Games), o cinema continua a provar que não há fronteira real entre o leitor e o espectador. Há apenas formas diferentes de contar e sentir as mesmas histórias.

Fonte da capa: Pinterest

Artigo revisto por: Mariana Céu

AUTORIA

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Finalista da licenciatura em Publicidade e Marketing, a Mariana é uma grande apreciadora de todas as formas de entretenimento, mas encontrou no cinema a sua grande paixão, que lhe permite reunir todos os seus gostos em um. Sempre soube que iria enveredar por uma área ligada à comunicação o que a levou até à ESCS, onde teve a oportunidade de ligar a curiosidade que sempre teve pela escrita ao hobbie que mais ocupa o seu tempo (ver filmes e séries).