Cinema e Televisão

Girls In Films: o cinema feminino em cinco filmes

Ao longo do tempo, cada vez mais as mulheres são quem se destaca na grandiosa arte que é o cinema. Por isso, é importante salientar alguns dos filmes mais marcantes do último século, que mostram a visão e a criatividade femininas que merecem tanto ser reconhecidas.

Fonte: Pinterest

Quando se fala de  cinema e de  filmes que mudaram a forma de o fazer, fala-se na franquia Matrix. E que bom saber que uma obra de tamanha importância e valor cinéfilo foi idealizada e realizada por mulheres: as irmãs Lana e Lilly Wachowski. Os filmes Matrix retratam como seria um futuro cyberpunk distópico, onde tudo é simulado por um computador. Neste filme, tudo é planeado ao pormenor – é a verdadeira disputa da humanidade contra a tecnologia, que retrata o próprio sentido de liberdade e, mesmo sendo um filme da mudança do século, continua a manter-se completamente atual. Esta obra vai agarrar-te ao ecrã graças a todas as suas influências, tanto filosóficas e científicas, como inspiradas nas animações japonesas. É, sobretudo, uma das maiores inovações cinéfilas de sempre.

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Não posso deixar de falar da incrível realizadora Sofia Coppola, que, pelas suas boas influências e veias criativas, consegue sempre criar os filmes mais emocionantes e carregados de essência feminina de que o cinema precisa. Um desses filmes é o Virgin Suicides, que conta a história das lindíssimas cinco irmãs Lisbon: vindas de uma família bastante religiosa e conservadora, e depois de terem passado pelo traumatizante suicídio da mais nova, veem-se ainda mais isoladas do mundo exterior, o que, na adolescência, é tudo menos o melhor remédio. Enquanto isso, cinco rapazes das mesmas idades sentem-se atraídos pela beleza e por todo o mistério que as irmãs guardam, o que os faz querer acompanhar toda a história que as envolve. Se te sentes incompreendido regularmente e não gostas de que te digam como deves ser ou agir, este filme é para ti. Prepara-te para a emoção – talvez deixar cair umas lágrimas –  e para te deslumbrares com a beleza e melancolia que o Virgin Suicides apresenta em cada detalhe, de tal maneira que te vai deixar a pensar nele durante algum tempo.

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American Psycho é talvez um dos filmes mais icónicos das últimas décadas, devido à mistura de comédia e terror e às  inúmeras cenas que acabaram por se tornar emblemáticas graças à brilhante atuação de Christian Bale. Por sorte, esta obra também foi realizada por uma mulher, Mary Harron. O filme retrata a vida de um banqueiro americano de sucesso que, mesmo tendo conseguido alcançar todos os seus objetivos, sente a necessidade de algo mais, algo que preencha o seu vazio psicológico. Este desejo leva-o a ter uma vida dupla, onde a  obsessão por se tornar superior é a maior razão dos seus crimes macabros. Se tens estômago forte e adoras um bom humor negro, este filme é para ti. Para os que não aguentam assistir a violência de forma bastante gráfica, aconselho taparem os olhos sempre que puderem.

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Em  2017, estreou um dos melhores filmes coming of age da inigualável realizadora Greta Gerwig, que tem vindo a sobressair-se cada vez mais ao longo dos anos pela energia feminina que coloca em todos os seus filmes, e Lady Bird é um deles. O filme conta a história de uma adolescente com pressa de crescer e de “fugir” de tudo aquilo de que ela discorda e da revolta por não se sentir compreendida, nem em casa nem na escola. No decorrer da história vamos acompanhando todas as novas experiências de Lady Bird  e a forma como lida com elas, já que, como bem sabemos, todas as emoções são muito mais intensas na adolescência, e depois disso só piora. Se te identificas e precisas de um filme de conforto que te faça ver com mais clareza todos os teus conflitos, interiores ou não, este filme é para ti.

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Por fim, mas não menos importante, um dos romances independente mais falados de 2023: Past Lives, da realizadora Celine Song. O filme transporta-nos para a narrativa de dois amigos de infância que acabam por se separar depois de uma mudança e reencontram-se mais tarde por acaso do destino. Este filme carrega uma estética muito melancólica e pura, que tão bem representa a sensação de estar ligado a alguém de forma tão intensa que cada encontro é inesperado e verdadeiro. Esta obra escusa de tantas explicações, pois só quem assiste é que entende o seu significado, especialmente aquelas pessoas que acreditam em almas-gémeas, destino, no mito dos deuses ou do fio vermelho, e que estão sempre à espera e à procura do amor em qualquer lugar.

O “cinema feminino” tem estado, a pouco e pouco, a ganhar mais espaço na indústria e é importante continuarmos a realçá-lo para que mais obras brilhantes como estas sejam feitas. Mais do que filmes realizados por mulheres, o cinema feminino é o reflexo de uma sensibilidade artística que observa e transforma a sociedade. Não se esqueçam de procurar mais obras destas incríveis realizadoras, assim como de outras que acham que merecem mais reconhecimento.

Fonte da capa: Instituto de Cinema

Artigo revisto por: Érica Gregório

AUTORIA

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Para a Mariana, desde cedo que a escrita lhe toca de forma diferente. Por entre diários e mais diários e muitas vezes pelos textos da escola, sempre adorou passar as ideias e os pensamentos para o papel.
Além disso, é uma fanática pela sétima arte e os seus “segredos”, adora fazer mini (ou macro) críticas de filmes que vai vendo no Letterbox e tem o sonho de ir a todos os maiores festivais de cinema que puder.
Por enquanto, aproveita a ESCSMagazine para compartilhar a sua visão acerca das novidades e curiosidades que o Cinema e a Televisão têm para conhecer.