Irlanda vai hoje a votos depois do fim da austeridade
As eleições legislativas irlandesas decorrem hoje e tudo indica que a coligação governamental que aplicou o programa de austeridade não terá maioria para formar governo.
A indecisão marca as sondagens para as legislativas de hoje na Irlanda. “Cansado de austeridade”, dizem os analistas, o eleitorado deverá tirar a maioria à coligação de centro-direita no poder que aplicou o programa de austeridade.
Para a generalidade dos observadores, os irlandeses querem uma mudança de políticas apesar de o país ter crescido, em 2015, mais de 5% (uma crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) superior à superpotência China). Apesar da descida do desemprego para metade (8,6%) e da grande recuperação económica, a coligação governamental terá o mesmo destino que em Portugal e Espanha.
As sondagens projectam uma vitória tangencial ao partido no governo, Fine Gael, com 30%, seguido do Fianna Fail (20%) e do Sinn Féin – nacionalistas –, com 15% dos votos. O Labour (Trabalhistas) deverá ser o grande derrotado da noite. Não irá além dos 7%, uma possível penalização do seu eleitorado depois de este se ter juntado à direita irlandesa para aplicação das medidas de austeridade propostas pela troika.
Os grandes beneficiados serão os pequenos partidos e independentes anti-austeridade que, pelas projeções, dificultarão a formação de uma maioria governamental.
Enda Kenny, primeiro-ministro irlandês, diz que “agora não é o momento de assumir riscos na economia da Irlanda” e pede a reeleição com maioria absoluta. Na mesma linha, o ministro das finanças, Michael Noonan, alerta os irlandeses para olharem para os países como Portugal ou Grécia. “Assim que a instabilidade política começou seguiu-se a instabilidade económica”, declarou.
A votos vão mais de quatro milhões de irlandeses, que escolhem o próximo Mayo (primeiro-ministro) para os próximos cinco anos.