Joana Amaral Dias: “Sem portugueses não há Portugal”
A corrida a Belém tem-se intensificado e, com as eleições ao virar da esquina, Joana Amaral Dias, candidata à Presidência da República, juntou-se à ESCS Magazine, à ESCS FM e ao E2 para conversar sobre as eleições presidenciais. A psicóloga clínica candidata-se ao mais alto cargo da nação com a convicção de que é a alternativa política em que os portugueses podem confiar.
“Pão, Paz e Liberdade” é o lema da sua candidatura, que anunciou no dia 10 de junho no Martim Moniz. Foi nessa data e local tão simbólicos que a candidata deu a conhecer as suas prioridades para o país, nomeadamente a melhoria das condições de vida, a busca pela paz e a proteção da privacidade de cada cidadão.
Pão
Sempre solidária para com as famílias, Joana Amaral Dias mostra-se consciente dos problemas financeiros que dificultam a vida de muitos portugueses, que, nas suas palavras, “estão cada vez mais pobres e mais presos, […] mais escravizados e mais encarcerados”.
Os “dois milhões de pobres declarados” são uma das suas principais preocupações e, como tal, defende mudanças sistémicas e estruturais – pese embora não as esclareça.
Apesar de louvar o Serviço Nacional de Saúde e o “reforço brutal da escola pública”, a candidata tem mais críticas do que elogios a fazer ao rumo que a política portuguesa tomou desde o 25 de Abril de 1974.
Para Joana Amaral Dias, “a inflação está a devorar o poder de compra dos portugueses”, pelo que considera urgente garantir a melhoria da qualidade de vida em Portugal.
Paz
“Sou a única candidata à Presidência da República que pugna pela paz”
Sempre intransigente e irredutível, Joana Amaral Dias condena a atitude dos restantes candidatos a Belém, particularmente Gouveia e Melo, bem como a dos atuais líderes europeus, criticando a sua falta de compromisso com a paz. A candidata alerta para a “retórica militarista na Europa” e garante ser a alternativa capaz de fazer frente a essa narrativa.
Preocupada com a conjuntura internacional, agravada pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia e pelo conflito israelo-palestiniano, vê a Europa como uma promessa de paz que ficou por cumprir e conclui: “Urge resgatar a Europa”.
Liberdade
A terceira bandeira da sua candidatura assenta sobre a proteção da privacidade e manutenção das liberdades individuais de cada cidadão – que considera estarem gravemente ameaçadas.
De acordo com a candidata, o desenvolvimento tecnológico traz grandes desafios ao nível da proteção de dados que não estão a ser devidamente debatidos.
Joana Amaral Dias fala em “governantes que querem que todos estejamos literalmente chipados, marcados como gado, totalmente controlados em todos os nossos movimentos, monitorizados 24 horas, sete dias por semana”.
É com seriedade que olha para os perigos digitais, símbolo de uma ameaça sem precedentes ao conceito de privacidade e a toda a liberdade.
No seu ponto de vista, a submissão e o conformismo em relação aos novos métodos digitais de controlo da população representam um “retrocesso em termos de direitos, liberdades e garantias como nunca existiu em democracia, tanto em Portugal como na Europa”.
Dar o corpo às balas
Joana Amaral Dias apresenta-se como a voz que enfrenta os problemas do cidadão comum e evoca o seu passado como ativista para mostrar que é “uma mulher de ação”.
“Eu não falo só, eu faço!”
Prometendo proatividade, a candidata presidencial relembra a forte oposição à guerra no Iraque e a denúncia da auditoria à Caixa Geral de Depósitos, em 2017, como testemunhos da sua capacidade de mobilização e força de vontade.
Fiel a si mesma, não deixa de falar de temas menos discutidos na esfera mediática. Reafirma ser contra as “praxes que humilham e vexam caloiros” e contra a extinção do dinheiro físico – iniciativa pela qual tem lutado nas ruas, nas lojas e nos supermercados, exigindo aos estabelecimentos a possibilidade de pagar com notas e moedas – , com o objetivo de contrariar a supremacia do dinheiro digital.
A crítica mais frontal ficou feita aos gastos da atual presidência da república e ao “esbanjamento” de Marcelo Rebelo de Sousa e da sua comitiva, nomeadamente nas várias viagens que caracterizaram os seus mandatos. Joana Amaral Dias rejeita “mordomias, luxos e privilégios” e levanta mesmo a questão de se estabelecer um “voto de pobreza” para a Presidência da República.
Mensagem às novas gerações
O retrato que faz do país não é otimista. Os problemas demográficos de Portugal são um fator desconcertante que a levam mesmo a temer o futuro.
A fuga de cérebros, em particular, é uma questão que não hesita em abordar, indignando-se com a inação do Estado. Para além disso, proclama a necessidade de reter os jovens e favorecer a natalidade para combater o envelhecimento que caracteriza o país.
Entre as medidas que defende para fazer frente a estas questões, destaca a total isenção de impostos para famílias numerosas (com mais de três filhos) e a proteção fiscal, habitacional e salarial dos jovens.
“Os bebés, as crianças e os jovens têm de ser a prioridade”
De acordo com Joana Amaral Dias, enfrentamos um momento crítico da história e cabe-nos fazer a “escolha entre a sobrevivência e o fim de Portugal“.
Apesar de querer um país mais rejuvenescido, a candidata não se opõe a que os jovens tenham experiências, pessoais ou profissionais, no estrangeiro, e louva programas como o Erasmus+ (“essa exploração do mundo é natural, é saudável, é desejável”), mas acredita que deve sempre haver a possibilidade de voltar e constituir família em Portugal:
“Quero que os jovens portugueses tenham a possibilidade de escolher, como eu tive”.
Combate à corrupção
Escandalizada com o sistema, não poupa críticas às despesas extraordinárias do orçamento de estado, que pensa serem incompreensivelmente altas. Na sua opinião, estes gastos extra deviam ser reduzidos a um máximo de 2% do orçamento, muito menos do que os atuais 10%, o que, acrescenta, significaria uma poupança de 10 milhões de euros por ano.
Palavra de Ordem
Para resumir a sua candidatura basta-lhe uma palavra: “Servir”. É essa a sua motivação e o seu desígnio. Servir Portugal é, no entender de Joana Amaral Dias, o que a levou a candidatar-se e o que fará caso seja eleita Presidente da República.
Fonte da Capa: E2
Artigo revisto por Eva Guedes e Mariana Ranha
AUTORIA
O André é um orgulhoso buraquense, movido a café. Começou este ano a licenciatura de jornalismo na ESCS e o seu percurso na Magazine. Adora sol, mar, churrasco, convívio, rock, humor e livros. Preza, sobretudo, o amor pela escrita e a vontade de marcar a diferença um dia, contribuindo um bocadinho para um mundo melhor.
Na ESCS Magazine vê uma oportunidade de aprender e arriscar.




