“Muito obrigado, mas já chega!” – Análise à situação de Robben e Ribery no Bayern de Munique
Ribery e Robben foram, provavelmente, dois dos jogadores mais importantes no domínio interno avassalador do Bayern na última década. Vindos do Marselha e Real Madrid, respetivamente, os dois extremos encontraram, no clube bávaro, um espaço que lhes permitiu afirmarem-se como referências na sua posição.
Durante vários anos, os dois contribuíram com grandes exibições para a sua equipa, juntando a isso vários golos e assistências, das quais muito beneficiaram os vários avançados, seus contemporâneos, como Luca Toni, Klose, Muller, Mandzukic, Pizarro e Lewandowski. O Bayern possuiu, ano após ano, uma frente de ataque temível, e, para isso, muito contribuiu a dupla franco-holandesa.
As carreiras de Robben e Ribery não foram, no entanto, tão consistentes como algumas estatísticas possam parecer transparecer. Os dois desequilibradores foram, várias vezes, assolados por graves lesões (mais Robben do que Ribery), que levaram a que perdessem vários jogos, e também algum fulgor. Ainda assim, após cada lesão, tanto Robben como Ribery voltaram sempre ao nível exibicional a que nos habituaram.
Apesar de terem conseguido sempre recuperar destas lesões, e juntamente com o pouco misericordioso avançar da idade (Robben tem 33 anos, Ribery tem 34), os jogadores foram perdendo algum ritmo. Tanto o francês como o holandês têm vindo a perder valores de velocidade, agilidade e explosão – atributos por demais importantes na posição de extremo. Este declínio afeta principalmente o jogo de Robben, que faz do seu clássico movimento de “puxar” a bola da direita para a esquerda à procura do remate (e, ocasionalmente, do passe) uma das suas principais, se não a principal, armas.
Perante a inevitabilidade do avançar da idade dos dois craques, urge traçar um plano que garante a sua sucessão. A continuidade parecia assegurada com as contratações de Kingsley Coman e Douglas Costa, ambos dignos do legado de Robben e Ribery. Tudo parecia correr bem até aqui: enquanto Coman foi aparecendo na equipa a um bom nível, Douglas Costa entrou com estrondo na equipa, rubricando grandes exibições pelo Bayern de Pep Guardiola. No entanto, a sua segunda época no clube foi de menor fulgor, perdendo alguma influência no jogo da equipa. Apesar desta época menos bem conseguida, tudo indicava para que Douglas Costa continuasse no clube, assumindo, gradualmente, a titularidade numa das alas, relegando Robben ou Ribery para um papel mais secundário.
Contudo, após alguns rumores da sua saída para outros clubes, a transferência de Douglas Costa para a Juventus acabou mesmo por se concretizar. No mesmo mercado, o Bayern garantiu a contratação de James Rodriguez junto do Real Madrid. Apesar de ser um jogador de qualidade mais que comprovada, o colombiano não se tem conseguido afirmar na equipa bávara, somando apenas 8 jogos em 16 possíveis. Devido à sua escassa utilização, têm surgido rumores referentes à sua saída no mercado de janeiro.
Ora, a confirmar-se este cenário, o plantel do Bayern fica algo limitado em termos de extremos. Assim, espera-se que os bávaros procurem alguma solução no mercado de transferências, seja através de uma transferência interna, como é hábito dos mesmos, ou de uma transferência internacional. Opções como Julian Brandt, cada vez mais protagonista no Bayer Leverkusen, onde joga na equipa principal desde os 16 anos, ou Julian Draxler, remetido para um papel mais secundário pela chegada de Neymar a Paris, seriam de considerar. Habituados desde cedo a serem protagonistas de duas das equipas mais competitivas da Bundelisga, tanto Brandt como Draxler iriam, muito provavelmente, afirmar-se no clube, garantindo, assim, a sucessão a RIbery e Robben.
Seja através destes jogadores, ou outro sobre qual a escolha do clube recaia, é essencial juntar a Kingsley Coman um extremo que consiga assumir as rédeas das alas da equipa alemã.