Literatura

Neko Café: o café dos gatos

Neko Café, ou O Café dos Gatos, conta a história de como os gatos deram significado à vida de Nagore.

Nagore é uma jovem inglesa que vive em Barcelona. A história começa com Nagore a fazer de tudo para arranjar emprego, mas ninguém a aceita. Trabalhou em design gráfico, em Inglaterra, mas contratempos fizeram com que o seu rumo mudasse. 

Um dia, com a visita da sua amiga Lucía, ficou a saber de um novo emprego, que era gerido por uma conhecida da amiga-Yumi- e pagava bem o suficiente para solucionar os seus problemas financeiros. O único  entrave era que o dito emprego se tratava de um café de gatos e aos quais Nagore tinha fobia desde criança. 

A partir daqui, a vida de Nagore muda completamente. 

À primeira vista, o motivo que me fez comprar o livro foi apenas e só o facto de ser sobre gatos (uma ótima razão, diria eu). Tinha expectativas altas no sentido em que seria uma história reconfortante e de aquecer o coração nestes dias de inverno. E começou por ser assim! 

A protagonista, mesmo com o seu lado cético no início, cativou-me. É uma mulher com uma personalidade vincada, com as suas incertezas e inseguranças, mas que, ao longo da história, se vai tornando cada vez mais recetiva às novas oportunidades que a vida lhe dá. É possível afirmar que Nagore é um exemplo para todos os que pensam que a vida tem um prazo e que, a partir de uma certa altura, só é permitido ao ser humano sobreviver. 

Em relação aos gatos, é escusado dizer que gostei de todos. São muito diferentes uns dos outros, tanto em termos de aparência como de personalidade, mas vivem em comunidade e em paz no café.  Acaba por poder servir de metáfora para os seres humanos se, como eles, vivêssemos em paz.

No início, o ritmo do livro é lento, mas não aborrece, pois faz lembrar o dia a dia. A história desenvolve-se, o plot é agradável e a escrita da autora é simples e concisa, fazendo com que a história não se torne pesada.

Todavia, na parte final do livro, o ritmo começa a acelerar bastante, deixando algumas lacunas, e foi isso que me desiludiu. O final, na minha opinião, não cobriu tudo o que deveria e houve alguns pontos cruciais, em relação à personalidade e história de vida de Nagore, que gostava que tivessem sido desenvolvidos.

Dito isto, caro leitor, as expectativas altas foram rapidamente quebradas. Seria mentira afirmar que não gostei do livro, mas teria tido lugar na estante dos meus favoritos se a autora tivesse desenvolvido melhor a parte final, de maneira a esclarecer tudo.

Artigo corrigido por Diogo Bértola

Fonte da imagem de capa: Luna Santos