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Niki Lauda: Um legado de coragem, determinação e paixão pelo desporto.

Niki Lauda, nome que ecoa pela eternidade nas pistas de Fórmula 1. Nasceu a 22 de fevereiro de 1949, em Viena, Áustria. Herdeiro de uma família de empresários, Lauda desafiou as expectativas de assumir o negócio da família, uma vez que o seu coração pertencia às corridas.

A sua entrada no mundo da Fórmula 1 não ficou para a história como uma de privilégios e facilidades. Lauda comprou, literalmente, a sua entrada no mundo das corridas com o dinheiro de empréstimos bancários. Contraiu um empréstimo que chegou às 30 mil libras, para que pudesse entrar na equipa da March.

O Dia Que Mudou a Vida de Niki Lauda

A sua carreira teve início em 1971. Começou por trabalhar para a March Engineering em Fórmula 2. No entanto, passados três anos já estava a fazer a sua estreia nas pistas de Fórmula 1, no Grande Prémio da Áustria. O seu nome tornou-se sinónimo de coragem quando, no dia 1 de agosto de 1976, com apenas 27 anos, sofreu um terrível acidente no Grande Prémio da Alemanha, em Nurburgring. Na pista, a suspensão da roda do Ferrari de Lauda partiu-se na curva Bergwerk, resultando num incêndio violento. Por 40 segundos o piloto permaneceu inconsciente dentro do carro em chamas. A sua vida esteve por um fio, mas graças à intervenção de outros pilotos, como Arturo Merzario, Brett Lunger, Guy Edwards e Harald Ertl, Lauda foi retirado do carro e levado para o hospital.

O acidente de Niki Lauda / Fonte: The Mirror

As lesões foram graves: queimaduras de terceiro grau, contusões e danos pulmonares causados pela inalação de fumo. Lauda chegou mesmo a receber a extrema-unção. Foi submetido a várias operações e enxertos de pele, que acabaram por deixar cicatrizes visíveis. Mesmo assim, perdeu parte da sua orelha direita, cabelos também do lado direito, as sobrancelhas e ambas as pálpebras. No entanto, 42 dias após o acidente, e para surpresa de todos, voltou às pistas, no circuito de Monza, em Itália.

Um Testemunho de Resiliência

O seu regresso às corridas foi marcado por uma incontestável coragem. Mais do que uma simples tentativa de competir, foi um testemunho incrível de resiliência e da paixão que tinha pelo desporto. Terminou a corrida em quarto lugar, mas não conseguiu conquistar o título naquele ano, perdendo para James Hunt, o seu eterno rival, na última corrida da temporada. Perdeu porque desistiu. Desistiu porque reconheceu o perigo de correr nas pistas de Fuj, nesse dia.  “A minha vida vale mais do que um campeonato“, explicou Lauda.

Niki Lauda e James Hunt / Fonte: The Independent

Ao longo dos anos, Lauda admitiu que, na verdade, estava a ser dominado pelo medo no dia em que regressou às pistas, mas a sua determinação foi mais forte.

O tricampeão mundial de Fórmula 1, em 1975, 1977 e 1984, vencedor de 25 grandes prémios e conquistador de 52 pódios, deixou um legado duradouro no mundo do desporto, sendo o único piloto a conquistar o título tanto pela Ferrari como pela McLaren.

Além de ter sido um dos ícones da Fórmula 1, Lauda também deixou a sua marca como empresário, tendo sido o fundador da Lauda Air, mais tarde da Lauda Motion.

Em 1991, um avião da Lauda Air caiu, na Tailândia, resultando na perda de 223 vidas. Lauda mergulhou na investigação do acidente com a mesma intensidade que caracterizou a sua carreira nas pistas. A sua participação pessoal no processo refletiu o seu profundo sentido de responsabilidade e o seu desejo de melhorar a segurança na aviação.

Fonte: Medium

Niki Lauda faleceu a 20 de maio de 2019, no Hospital da Universidade de Zurique, aos 70 anos de idade, deixando para trás um legado de coragem, determinação e paixão pelo desporto.

Fonte: Al Jazeera

A história de coragem de Niki Lauda foi imortalizada no filme Rush – Dois Rivais, dirigido por Ron Howard, que retrata a intensa rivalidade entre Lauda, interpretado por Daniel Brühl, e James Hunt, por Chris Hemsworth, durante a temporada de 1976. O próprio Niki Lauda também aparece nos momentos finais do filme.

Atualmente, no McLaren Technology Centre está uma estátua de Lauda, ao lado de Bruce McLaren e Ayrton Senna.

Fonte da capa: Sky News

Artigo revisto por Raquel Gonçalves

AUTORIA

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Foi na natação que descobri o meu amor pelo desporto. O meu interesse pelo mundo desportivo foi evoluindo quando comecei a fotografar competições de taekwondo e de badminton. Atualmente estou no segundo ano da licenciatura de jornalismo e um dos meus sonhos é no futuro, trabalhar em algo relacionado com desporto, seja através da escrita ou da lente de uma máquina fotográfica. Vejo na Magazine uma oportunidade para estar mais ligada ao desporto.