Opinião

O impacto das redes sociais no processo eleitoral

No panorama atual, as redes sociais detêm um extenso impacto em diversas áreas de relevo da sociedade. Os processos eleitorais ao redor do mundo não são exceção: as redes sociais transformam o modo como, tanto os candidatos, como os eleitores, comunicam, e acabam por ter uma enorme influência na opinião generalizada sobre temas debatidos e candidatos. 

As redes sociais permitem aos partidos comunicar diretamente com os eleitores, sem necessidade de intermediação da comunicação social. Deste modo, os políticos têm a capacidade de moldar as suas mensagens de forma mais pessoal e direta ao público, criando uma relação de maior proximidade com os seus apoiantes.

Os simples algoritmos aplicados pelas redes sociais, feitos para dividir os utilizadores com base nos seus comportamentos  e interesses online, são outro impacto positivo que os candidatos, que, sem qualquer esforço adicional, retiram da utilização das redes sociais nas suas campanhas, uma vez que estes possibilitam que as mensagens específicas de um determinado partido vão ao encontro do seu grupo de eleitores, proporcionando uma comunicação mais efetiva e personalizada.

As redes sociais têm a capacidade de, num ápice, partilhar informações para um extenso público do eleitorado, algo bastante positivo na partilha de notícias verídicas. Contudo, a desinformação acaba por se propagar a uma velocidade semelhante ou até maior, uma vez que costuma originar maior surpresa e interesse, gerando um superior número de retweets e partilhas por todas as redes sociais. Muitas vezes, fake News ou conteúdos distorcidos  influenciam a opinião pública e, consecutivamente, o rumo das eleições significativamente. Em diversas eleições, a disseminação de informações falsas acabou por ser um grave problema. Por isso, plataformas como o Twitter, Instagram, Facebook, TikTok, entre outras de maior relevância, têm a responsabilidade de combater a desinformação.

Fonte: .Internetmatters

Um impacto negativo é a tendência expressa nas redes sociais em exibir preferencialmente aos utilizadores pontos de vista que vão ao encontro das suas opiniões. Isto dá origem a grupos mais radicais dentro dos diferentes grupos partidários, dado que se tornam menos dispostos a ouvir pontos de vista diferentes dos seus, a pensá-los e  debatê-los de forma consciente e sem facciosismo. Assim, o contacto entre os eleitores de partidos diferentes torna-se mais difícil e, os eleitores que procuram avaliar o seu voto, podem ser prejudicados por esta “luta” partidária.

Todavia, as redes sociais têm um papel crucial ao estimular a participação política, sobretudo entre os mais jovens, que inúmeras vezes ignoram as questões políticas que afetam o nosso dia a dia. A participação de influenciadores digitais sobre estes temas pode, de maneira bastante cativante, atrair o interesse do eleitorado e de futuros eleitores jovens. Debates acerca de temáticas que marcam as novas gerações podem ganhar grande alcance e mobilizar forças políticas a lutar por resultados positivos a respeito desses tópicos, que geram entusiasmo nesta faixa etária. Deste modo, estas campanhas virais motivam o eleitorado a participar de forma mais ativa no processo político, o que resulta numa maior comparência às urnas e diretamente na diminuição da abstenção, que em muitas eleições são um grave problema.

Fonte: Observador

Em síntese, as redes sociais têm um impacto direto nos processos eleitorais. Este impacto é inegável e é capaz de oferecer ferramentas cruciais para os candidatos e os seus partidos, como pode também causar verdadeiros desafios às plataformas e aos partidos. As plataformas devem sentir a responsabilidade de promover um ambiente saudável no debate político, para que assim se consiga maximizar os benefícios e minimizar os danos, sendo desejável que, num futuro próximo, as redes sociais deixem de ser apenas um espaço de debate, mas também um impulso positivo de mudança na política atual.

Artigo revisto por Miguel Calixto

Fonte da capa: Pexels

AUTORIA

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André Gonçalves é um estudante no primeiro ano da licenciatura de Relações Públicas e Comunicação Empresarial na ESCS. Desde pequeno tinha a certeza de que o seu futuro estava ligado à área da comunicação. É alguém que não gosta de estar parado e abraça todos os projetos que surgem. Adora desporto, sendo federado em futsal desde muito novo. Para além do futsal, é escuteiro e toca saxofone. Ao aceitar este desafio na ESCS Magazine espera trabalhar diversas ferramentas para o seu futuro profissional, mas também simplesmente escrever sobre temas do seu interesse, algo que gosta imenso de fazer desde novo.