O Renascimento do Vinil na Era Digital
Das câmaras fotográficas analógicas e instantâneas aos gira-discos, um simples recordar do passado é o que traz entretenimento para muita gente atualmente. Nos últimos anos, o vinil ressurgiu no mercado musical com grande força. Hoje em dia, em plena era digital, os vinis foram “substituídos” por CDs e, mais tarde, por plataformas digitais de streaming de música, tais como o Soundcloud e o Spotify. Apesar de a música estar mais presente nestes formatos, os vinis voltaram a conquistar os corações e as prateleiras dos seus ouvintes, porque será?
Os primeiros vinis criados foram um fracasso comercial devido à falta de equipamento de reprodução para a população nos anos 20, mas popularizaram-se a partir dos anos 50 e dominaram a indústria fonográfica até aos anos 80, quando começaram a perder espaço para os CDs. Nos anos 2000, os vinis já eram referidos como relíquias do passado, mas sempre mantiveram o seu valor nostálgico. No entanto, na década de 2010, as vendas começaram a crescer novamente e chegaram a rivalizar os CDs em alguns mercados.
Alguns dos fatores possíveis que provocam esta mudança seriam a qualidade do som, o valor estético dos discos de vinil, a nostalgia, entre outros. No que toca à qualidade do som, tudo depende de um bom gira-discos e de um vinil em bom estado. O vinil é capaz de captar nuances musicais que muitas vezes o digital oculta e preserva detalhes que podem ser apreciados pelos ouvidos mais atentos, pois o disco mantém a gravação original de uma forma ainda mais íntegra.
Um dos principais motivos do retorno do vinil seria a nostalgia que ele remete aos seus ouvintes. A sensação de tirar um vinil da sua embalagem e de colocar num gira-discos enquanto a agulha percorre as cavidades de forma a reproduzir música é algo que resgata memórias e experiências recorrentes no tempo.
Para além desta nostalgia, o seu próprio aspeto também é outro fator que motiva a compra dos mesmos. Acredito que as suas capas enriquecidas de detalhes sejam mais agradáveis e captem melhor a atenção do público do que uma playlist digital. Este é um dos motivos pelo qual eu adoro vinis. Também ligando um pouco com este ponto, entramos no mundo do colecionismo, onde estes discos são um dos principais alvos para os amantes do clássico e da música.
Concordo que seja bastante improvável que o vinil volte a ser o formato dominante na indústria musical, apesar do seu renascimento. O streaming continua a ser o formato predominante na indústria musical devido à sua conveniência, portabilidade, preço e variedade de músicas em qualquer momento e lugar. Numa era digital, onde tudo está à distância de um click, o vinil renasce como uma maneira de relacionar o público com a música, criando uma conexão profunda com a experiência musical.
Fonte da Capa: Expresso
Artigo revisto por Beatriz Morgado
AUTORIA
A Inga está no primeiro ano de licenciatura em Audiovisual e Multimédia. É uma amante de todas as formas de arte, desde música, cinema e televisão até exposições, teatro e artes plásticas. O seu envolvimento com a escrita sempre foi uma constante na sua vida, e ela sempre adorou dar a sua opinião sobre os diversos assuntos que rondam o mundo. Sempre que tem uma ideia, não hesita em anotá-la, esteja onde estiver. O enriquecimento cultural e o contributo para o seu desenvolvimento pessoal são algumas das razões pelas quais compartilhará as suas ideias na ESCS Magazine, juntamente com a sua habilidade para organizar seja o que for.