Os enfermeiros marcham de branco pela capital
Enfermeiros voltam a protestar, desta vez sem organização sindical. Realizaram esta sexta-feira uma marcha pela capital, onde voltaram a reivindicar os seus direitos. Caminharam de branco desde o Parque da Bela Vista até ao Hospital de Santa Maria.
A Ordem dos enfermeiros financiou mais de 70 autocarros para que mais enfermeiros se pudessem deslocar à capital. Este evento não foi organizado pelos sindicatos, tendo partido da iniciativa do Movimento Nacional de Enfermeiros, que avançou com dez mil enfermeiros presentes na marcha.
A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, foi recebida à chegada da “marcha branca” com aplausos e euforia. Para a bastonária, este desfile veio mostrar que a sua missão está cumprida e ela sente-se realizada com esta iniciativa, sendo que a tinha apoiado desde o início. ‘’Os enfermeiros têm hoje uma identidade e um sentido de pertença”, declarou Ana Rita Cavaco à Lusa.
Na marcha não foi esquecido o Dia Internacional da Mulher e apelaram à memória de Florence Nightingale, uma enfermeira que no século XIX teve muito impacto na profissão, sendo considerada pioneira no tratamento de feridos de guerra durante a Guerra da Crimeia.
Apesar de este evento não ter partido da iniciativa sindical, os sindicatos apoiaram o acontecimento e alguns, como a Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE), convocaram para esta sexta-feira uma greve nacional de enfermeiros, de modo a estimular uma maior participação por parte dos mesmos.
Durante o desfile, ao passarem pela Ordem dos Enfermeiros, alguns profissionais depositaram numa urna as suas cédulas profissionais, simbolicamente, como forma de protesto.
Esta marcha ocorreu depois de um período de especial contestação por parte dos enfermeiros, que se traduziu em duas greves em blocos operatórios e num braço de ferro com o Governo, que culminou na requisição civil, com o objetivo de travar uma segunda paralisação.
Fonte da foto “thumbnail”: Foto de Gustavo Bom. Global Imagens.
Artigo revisto por Ana Roquete