Pedro Dias pode cumprir pena de 25 anos
Esta quinta-feira, o Ministério Público pediu que Pedro Dias seja condenado à pena máxima, de 25 anos, pelos alegados homicídios que cometeu. Em causa estão os assassinatos do militar da GNR Carlos Caetano e do casal Liliane e Luís Pinto. Para além disso, Pedro Dias também terá tentado matar o militar António Ferreira.
Pedro Dias está acusado de três crimes de homicídio qualificado sob a forma consumada, outros três sob a forma tentada, três de sequestro, roubo de dinheiro, automóveis e de armas da GNR, uso e porte de armas proibidas.
Os crimes foram cometidos em Aguiar da Beira e o arguido acabou por admitir que disparou contra dois agentes da GNR; um deles ficou ferido e o outro morreu. No entanto, remete o homicídio do casal Pinto para o militar António Ferreira.
Pedro Dias, agricultor de 47 anos, começou por recordar a madrugada de 11 de outubro de 2016. Primeiro disse ter parado a carrinha que conduzia em Caldas da Cavaca, no concelho de Aguiar da Beira, por estar cansado. Algumas horas depois foi acordado pelos militares António Ferreira e Carlos Caetano. Depois de identificado, este último dirigiu-se a ele com algemas e após alegadas agressões Pedro Dias disparou contra Carlos Caetano usando a arma que tinha na carrinha, garantindo que não foi propositado e que «o objetivo não era matar, mas sim assustar».
Depois o agricultor mandou António Ferreira conduzir o carro da GNR sem destino até voltarem ao terreno onde tinha ficado o corpo do militar Caetano para o meter no porta-bagagens. De seguida voltaram para a estrada em busca de uma mota que Pedro Dias tinha deixado pelo caminho uns dias antes porque se «encharcou com gasolina». No entanto, preferiu voltar atrás para ligar aos advogados. Foi nessa altura que o carro onde seguia o casal parou para abordar o GNR e este disparou sem acertar em ninguém. Pedro Dias conta que para fugir do carro empurrou Luís Pinto para cima do militar e ouviu mais disparos, que terão matado o casal.
O arguido disse que depois algemou o militar à porta do carro e o levou para onde estaria a mota. Foi aí, no mato, que, para a procurar, o prendeu a uma árvore. O militar atirou-se para cima de Pedro Dias, o que, alegadamente, o fez disparar sem ver para onde: «apercebi-me de que lhe tinha acertado na face. Pensei dar um tiro na minha cabeça”, disse.
A procuradora do Ministério Público concluiu que «o arguido atentou contra a vida de quatro pessoas» e que «por cada um dos crimes de homicídio, deve ser condenado em penas parcelares próxima da moldura máxima”.