Opinião

Privacidade é um luxo?

Vivemos numa época em que a informação circula rapidamente e, muitas das vezes, pode tomar rumos indesejados. Desde o uso das redes sociais até às compras online, tudo o que é feito na internet deixa rastos digitais que podem ser reunidos e usados contra a nossa vontade.

A privacidade está a tornar-se cada vez mais negociável, em vez de ser um direito como era suposto. Com o avanço das tecnologias, a privacidade tem vindo a revelar-se algo que, para ser totalmente protegido, requer atenção constante, conhecimento técnico e, muitas vezes, dinheiro. Em troca de conveniência e acesso gratuito a coisas que procuramos, entregamos partes da nossa identidade a sistemas que a utilizam para prever comportamentos ou até manipular opiniões. Tudo isto é bastante evidente, principalmente na vida dos famosos, que não têm um segundo de privacidade na sua vida, seja por não poderem sair à rua sem aparecerem paparazzis, seja por conversas ou mensagens privadas suas que vêm a público. É incrível como a curiosidade do ser humano consegue ser tão desrespeitosa, cruel e sem noção.

Uma imagem com desenho, verde, esboço, arte

Os conteúdos gerados por IA podem estar incorretos.
Fonte: Conteúdo UOL

A pergunta “privacidade é um luxo?” não é apenas retórica. Revela o preço invisível que pagamos por vivermos conectados. O padrão que seria ideal alcançar consiste em tornar a privacidade um direito respeitado e acessível e não um privilégio pelo qual as pessoas têm de “lutar demasiado”. Temos a ilusão de que os avisos de cookies e as configurações dos nossos aparelhos nos protegem, sendo que, na maioria das vezes, não lemos os termos e condições, e carregamos em “aceitar” sem saber o que é que estamos a aceitar.

Fonte: Blogspot

Será possível viver “fora da rede” tendo contacto com as tecnologias, sejam elas quais forem? Teremos de escolher entre o prazer de ser visto e o medo de ser vigiado a toda a hora? Será o anónimo mesmo anónimo, ou só uma maneira de nos fazer acreditar que sim? Todas estas perguntas e mais são questões com que lidamos todos os dias sem nos apercebemos, por termos contacto com a tecnologia. O que podemos fazer é tentar ter cuidado com o uso que damos às redes, mas nem assim conseguimos ter muita certeza do que será verdadeiro ou não. Por isso, tomamos a decisão de “ficar menos preocupados quando nos aparecem as caixas para preencher na internet a dizer que protegem os nossos dados”.

Fonte da capa: PrivacyTools

Revisto por: Carla Vitório

AUTORIA

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A Inga está no segundo ano de licenciatura em Audiovisual e Multimédia. É uma amante de todas as formas de arte, desde música, cinema e televisão até exposições, teatro e artes plásticas. O seu envolvimento com a escrita sempre foi uma constante na sua vida, e ela sempre adorou dar a sua opinião sobre os diversos assuntos que rondam o mundo. Sempre que tem uma ideia, não hesita em anotá-la, esteja onde estiver. O enriquecimento cultural e o contributo para o seu desenvolvimento pessoal são algumas das razões pelas quais compartilhará as suas ideias na ESCS Magazine, juntamente com a sua habilidade para organizar seja o que for.