Mundo Académico

Será possível conciliar a vida académica com a vida social e a sanidade mental?

O processo de transição para o Ensino Superior e a adaptação a este novo ritmo académico exige capacidade de ajuste e responsabilidade para que a conciliação das novas exigências académicas com as atividades extracurriculares, tanto a nível pessoal como a nível social, se torne possível. 

De repente, temos um brusco choque de realidade. O ritmo é completamente diferente daquele a que estávamos habituados, e as 24 horas do dia parecem não ser suficientes para acompanhar as nossas atividades diárias: O que antes considerámos ser “um dia passado a correr” é agora uma terça-feira banal. É neste momento que percebemos que não é assim tão fácil conciliar a faculdade com treinos, festas, exames, horas de sono necessárias, tarefas domésticas, vida familiar, vida social e tempo individual necessário à boa sanidade mental.

Frequentemente, chegamos ao Ensino Superior sem as bases e ferramentas necessárias para gerir o tempo de forma eficaz e, por isso, podemos passar os primeiros meses atrapalhados, frustrados e a bater com a cabeça nas paredes. Além disso, o Ensino Superior exige uma postura muito mais autónoma, responsável e profissional do que aquela a que estávamos habituados, até porque os alunos, que passaram para esta fase na ESCS, fizeram-no por mérito e esforço próprio (o que, por si só, já aumenta a pressão e o nível de exigência que colocam em nós). A sensação do acumular de tarefas, da escassez de tempo e do aumento do grau de dificuldade e exigência são aspetos bastante marcantes nesta fase da vida.

É frustrante quando temos de escolher deixar de fazer algo de que gostamos por não saber como gerir o pouco tempo que temos. Há mesmo semanas em que não temos tempo para nada, além das tarefas académicas, e é como se deixássemos de ter vida social, pessoal e familiar. Este facto acaba por se tornar algo esgotante. O descanso é pouco, assim como o tempo para o cuidado pessoal e para as tarefas domésticas ou atividades extracurriculares, e é nestes momentos, em que o cansaço predomina, que a nossa saúde mental e física pode ir abaixo.

Fonte 1: DepositPhotos Fonte 2: Diário de Notícias

Nestes momentos a nossa motivação parece diminuir, assim como as horas de sono, que, consequentemente, são mais um fator para a sensação de exaustão e esgotamento (mental e físico) do estudante. Entre aulas, trabalhos, cafés, ansiedade, testes, noites mal dormidas e cafés outra vez, vamos percebendo que o verdadeiro desafio é conseguir manter uma vida social, familiar e individual enquanto alunos do Ensino Superior – e, sem esforço, foco e disciplina, é quase impossível sair ileso. 

Pessoalmente, gerir o tempo nunca foi o meu forte. Era sempre aquela aluna que pedia para ficar mais meia hora na sala para terminar o teste, por não conseguir distribuir bem o tempo. Passava demasiado tempo a responder às primeiras perguntas e, no fim, o tempo tornava-se escasso para as mais importantes. 

Fonte 1: LinkedIn Fonte 2: AprovaTotal

No fundo, isto reflete a grande dificuldade em definir prioridades e em estabelecer as tarefas mais urgentes. Tenho o defeito de estabelecer metas que acabam por não ser exequíveis, como fazer planos uns em cima de outros; programas; objetivos de estudo diários, que se revelam irrealistas; inscrever-me em demasiadas atividades extracurriculares que ocupam muito do meu tempo (mesmo tendo noção de que, provavelmente, não vou saber conciliar tudo). A quantidade de vezes que estive com amigos com o intuito de estudar para um teste e o que deveria ter sido uma tarde de estudo torna-se em horas de fofoca? Acabamos por pouco, ou nada, estudar e o que tínhamos programado ser uma tarde produtiva torna-se em horas “perdidas” que desorganizam o plano semanal. É nestes dias, e em muitos outros, que me falta disciplina – e ser uma adolescente que gosta de conviver, sair e que, por natureza, se distrai com facilidade, não ajuda neste processo de autodisciplina. 

Mas será que isto é censurável? Quando pouco tempo nos sobra para conviver, não será normal aproveitar a companhia uns dos outros mesmo que vá contra o planeado?

Bem, depois de todos estes argumentos, não posso deixar de sugerir algumas apps, dicas e métodos que possam facilitar na conciliação das diferentes áreas da vida académica. Estudos demonstram que a utilização de ferramentas de organização, como calendários e agendas, é uma estratégia útil e benéfica para manter uma rotina disciplinada e equilibrada, tornando possível o registo ordenado de datas importantes, prazos a cumprir, evitar sobreposições ou deadlines. Identificar  as semanas que serão mais exigentes ou preenchidas para planear futuros eventos (sejam estes académicos, sociais ou pessoais). Definir metas mais realistas é também muito importante, assim como manter o foco e desligar o telemóvel nestes momentos de trabalho. 

Fonte: Blog da DAMA

Imagem de destaque: ABJ Notícias

Artigo revisto por: André Nunes

AUTORIA

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A Inês está a poucos dias de fazer os 18, está no seu primeiro ano na ESCS no curso de Relações Públicas e Comunicação Empresarial. A adolescente é conhecida por ter sempre a cabeça no ar (é mesmo muito distraída), e a probabilidade de bater contra um poste por estar no mundo da lua é bastante elevada. A Inês tem um irmão gémeo, adora música e está sempre de fones. Ela gosta de estar sempre muito arranjada e, às vezes, pode parecer arrogante por causa disso, contudo, vai ser sempre a rapariga pronta a ajudar o próximo, aquela que nunca se cala e adora dar conselhos. Adora festas, saídas e girl talks. Está ainda muito nervosa para este novo ciclo da sua vida, mas disponível e aberta para estas novas aventuras.