Sing Street: A nostalgia dos anos 80
Há muito tempo que o cinema não via um musical tão bom como este. John Carney, escritor e diretor do filme, não desilude o público depois do seu prestigiado filme, “No Mesmo Tom”.
“Sing Street” narra a história de Connor (Ferdia Walsh-Peelo), um adolescente que, quando a família se vê em dificuldades, é obrigado a mudar-se para uma escola católica. Quando Connor conhece uma misteriosa rapariga que diz ser modelo, forma uma banda para a impressionar. Em Dublin, 1984, bandas como Duran Duran ou The Cure são os modelos para os miúdos irlandeses que pretendem vingar no mundo da música.
O filme leva o espetador, em várias sequências, pela viagem do processo musical: formação de uma banda, encontrar o nome que descreva o seu trabalho, escrever a letra e ainda produzi-las de forma amadora. Tudo isto conduzido por uma paixão incessante do personagem principal, um pouco cliché, por uma rapariga que parece inalcançável.
Quando Connor e os seus companheiros de banda revelam aos seus colegas o seu projeto, sofrem violentamente de bullying. Então, o filme, brilhantemente, chama a atenção para a discriminação das pessoas que se demonstram mais alternativas.
Com atores novos e promissores, os momentos musicais são dinâmicos e originais, contextualizando-se suavemente no filme: desde pequenas serenatas acústicas apenas com uma guitarra ao prom de estilo americano com uma banda completa e coreografia.
Mesmo retratando os momentos mais difíceis da vida de um jovem que sofre de bullying, torna-se agradável visionar o filme, pois a personagem principal vê a música como forma de “fugir aos problemas” e transforma-a numa lição de vida.
A peça de John Carney, além de reconhecida com uma nomeação para os Globos de Ouro, teve direito ao lançamento de um álbum do soundtrack “Sing Street”, que vendeu milhares de cópias por todo o mundo.
You gotta grab the wheel and own it, and drive it like you stole it