Taxistas paralisaram Lisboa e outras cidades do país em protesto contra a Uber
É a maior manifestação de taxistas de sempre em Portugal. Em Lisboa, a paralisação só desmobilizou ao final da tarde depois de muitas horas de protestos pelas artérias da cidade:
Lisboa, Porto e Faro viram mais de seis mil taxistas nas ruas a protestar contra a Uber. Foi a maior manifestação de sempre do setor em Portugal. No final das manifestações, o presidente da Federação Portuguesa de Táxis (FPT), Carlos Ramos, falou de uma “meia vitória” depois de ter conseguido a confirmação por parte do Governo da criação de um grupo de trabalho para analisar a questão.
Uma resposta que sabe a pouco para os taxistas que esperam que as regras que lhes são exigidas sejam as mesmas para a Uber.
Em Lisboa o protesto começou antes das 9h00m na Avenida D. João II, no Parque das Nações. Antes das 19h00m a manifestação começou a desmobilizar depois de muitas horas de uma marcha lenta e um buzinão que entupiram as principais vias de acesso à capital.
No Porto os ânimos exaltaram-se. Depois da mudança de percurso da manifestação à “última hora”, muitos taxistas criticaram a posição da Polícia de Segurança Pública (PSP), que alterou os locais de passagem dos taxistas em protesto.
Apesar de previamente combinada, a manifestação não foi totalmente pacífica com a PSP a não conseguir evitar uma agressão a um motorista da Uber na Praça da Batalha. A vítima da agressão precisou de assistência médica. Outra motorista da Uber foi atingida por ovos e pedras quando deixava um cliente na estação de Campanhã.
Ao final do dia, o presidente da FTP, Carlos Ramos, falou às centenas de taxistas reunidos em frente à Assembleia da República e disse que recebeu “algumas garantias” do Secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, depois da reunião entre o governante, a FTP e Florêncio Almeida, da Associação Nacional de Transportes Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL).
“Para nós, é muito importante a Uber ficar excluída do grupo de trabalho. É muito importante também ter esta garantia do secretário de Estado: aquilo que vier a sair do grupo de trabalho, que permita, ou não, que haja outro tipo de operadores, todos têm de cumprir com as mesmas obrigações que aos táxis são exigidas”, explicou Carlos Ramos.
A primeira reunião entre o Governo e os taxistas está agendada para a próxima sexta-feira com vista à criação do grupo de trabalho que não terá a presença da Uber.