Tiny Desk: O que são os concertos na “mini-secretária”?
Para os ouvintes assíduos de música é provável que os concertos feitos na “mini-secretária” do NPR Music, ou National Public Radio, lhes seja familiar. A verdade é que à medida que os anos passam, a popularidade dos Tiny Desk Concerts tem aumentado gradualmente, acolhendo não só artistas mainstream, como também artistas independentes.
Tudo começou com uma má experiência no South by Southwest — um conglomerado de festivais de vários tipos de arte — sentida por Bob Boilen e Stephen Thompson. De acordo com Stephen, não era possível escutar a música em condições devido ao barulho feito pelo público e que seria genial e mais eficaz se a cantora atuasse na mesa de Boilen. A verdade é que a piada de Stephen transformou-se em algo maior, pois, um mês depois, Bob Boilen fez exatamente isso e publicou na internet.
Nos primeiros anos, o Tiny Desk, apesar de ter sido uma ideia muito bem recebida, não tinha um público alargado e recebia apenas artistas underground. Porém, à medida que a plataforma Youtube foi crescendo, também a visibilidade do projeto aumentou e em 2011 Adele atua na mini-secretária, uma performance que conquista não só os fãs como também os ouvintes casuais da cantora.
A partir daí, são cada vez mais os géneros musicais e artistas que começam a atuar no escritório do editor do NPR.
No entanto, não só de artistas com uma carreira estabelecida se faz o Tiny Desk. Em 2015, o National Public Radio lançou um concurso denominado de Tiny Desk Contest, que procurava descobrir e impulsionar artistas independentes: basta o artista gravar uma performance ao vivo e enviar para a rádio. O vencedor habilita-se a ganhar a oportunidade de cantar no escritório do NPR. Visto que o programa tem uma audiência leal e cada vez maior, esta é uma grande oportunidade para lançar novos talentos e fazê-los crescer na indústria da música.
São inúmeros os cantores, bandas e músicos que passaram pelo escritório do NPR, nos Estados Unidos da América,. Porém, não é só aí que se concretizam os concertos. Existem atualmente duas extensões oficiais do projeto, que permitiram uma maior expansão a nível internacional: o Tiny Desk (Home) Concerts e o Tiny Desk Korea.
Com o surgimento da pandemia do Covid-19, os criadores tiveram que se adaptar às circunstâncias e criaram os concertos “em casa”, de maneira a continuar com o programa de acordo com as restrições sanitárias impostas. Um dos concertos mais vistos da série foi o de Justin Bieber, que alcançou 45 milhões de visualizações.
Já o Tiny Desk da Coreia, lançado em 2023, teve origem na progressiva ascensão do pop coreano nas rádios americanas e nasceu através de uma parceria entre a NPR, a Agência de Televisão Something Special e a LG U+, uma empresa de telecomunicações coreana. NMIXX e V do grupo BTS são exemplos de artistas populares que já participaram no formato.
Em termos de atuação, os concertos têm como objetivo proporcionar uma experiência natural, como se o artista estivesse na garagem do ouvinte a cantar e a tocar, logo efeitos como o autotune ou amplificadores não são permitidos. Para além disso, existe liberdade para que o artista possa “brincar” com os seus próprios temas da maneira que pretender. A liberdade vai de performances como a de Doechiii, que teve um pequeno grupo de cantoras de fundo e músicos a tornar o concerto mais interativo, a Maro, que trouxe consigo apenas dois guitarristas e a sua voz para interpretar as suas canções.
O projeto conta com Maro, Carminho, Marta Pereira da Costa e Camané a representar Portugal.
Fonte da Capa: Luna Santos
Artigo revisto por Carolina Ferreira
AUTORIA
A Luna tem 18 anos, nasceu em Lisboa, mas há quem diga que ela vive no mundo da lua.
Sempre com um pé na terra e o pensamento noutro sítio qualquer, a Luna desde sempre que ouviu histórias a serem contadas a si e decidiu que agora seria a vez dela de contar histórias aos outros. Por isso está em jornalismo, para se conectar com o público, transmitir a sua verdade, fazer reportagem e poder falar sobre todos os assuntos que a fazem ficar acordada de madrugada.
A entrada na ESCS Magazine representa um sonho antigo que finalmente foi realizado.