Cinema e Televisão

Três filmes old school que te vão partir o coração

O Dia dos Namorados é uma data que alude a uma prática consumista e capitalista na qual os casais dedicam tempo adicional de modo a  tornar o dia especial para os seus cônjuges. Esta festividade pode ser ocupada a ver filmes, sozinho/a ou acompanhado/a, considerando que a data representa vários clichês de amor e amizade que estão bastante presentes no cinema e na televisão. Posto isto, iremos voltar atrás no tempo e assistir a estas três histórias de amor. Apesar de serem mais antigas, continuam a representar situações reais que se mantêm sempre atuais, deixando-nos de rastos (porque o amor também é feito de corações partidos).

Love & Other Drugs (2010)

Fonte: Movies Anywhere

Love & Other Drugs (2010), dirigido por Edward Zwick, surge num contexto de comédia no qual se abordam temas importantíssimos em relação ao amor condenado por doenças incuráveis. Conhecemos a história de Maggie Murdock (Anne Hathaway) e Jamie Randall (Jake Gyllenhaal) aquando do empoderamento da medicação e do surgimento da poderosa Viagra. Jamie é um representante de vendas destes medicamentos, começando pela venda de Zoloft (medicação para tratamento de doenças de foro psicológico, como a depressão). 

Enquanto vendia a sua medicação num consultório médico, Jamie cruza-se com Maggie, uma paciente com uma lista recheada de doenças que provocam o desenvolvimento da doença de Parkinson. Após Jamie conseguir o contacto de Maggie, ambas as personagens partem numa primeira amizade colorida, dado o facto de não se colocarem em relações sérias e seguirem o seu espírito e vivência de forma livre. Contudo, a sua relação evolui para uma realidade na qual se encontram apaixonados, com vários obstáculos que os dois terão de enfrentar. Embora este seja um filme mais leve, a sensação de vazio permanece no espetador, ao perceber que o futuro dos dois será altamente impactado pela doença que os assombra.

Blue Valentine (2010)

Fonte: MUBI

Blue Valentine (2010), dirigido por Derek Cianfrance, é uma história de amor não correspondido em várias vertentes e demonstra o evoluir de uma relação em que a chama inicial se apaga. O filme dá-nos a conhecer Cindy (interpretada pela fantástica Michelle Williams) e Dean (Ryan Gosling), transportando-nos para os diferentes acontecimentos marcantes na duração da sua relação. As vidas de Cindy e Dean cruzam-se num contexto confuso e instável, o que determinará o futuro da conexão entre os dois. O que diferencia este filme é o facto de os acontecimentos passados construírem a narrativa, o que vincula de forma impactante uma comparação ao longo dos anos. 

A história de Blue Valentine é a reprodução das consequências de um conjunto de anos e comportamentos repetitivos. Esta repetição, bem como a conjuntura inicial da relação, demarca uma espécie de prazo de validade para o amor entre os dois (que se decompõe lentamente). No fundo, é uma história que demonstra a falta de comunicação entre o casal e o interiorizar de sentimentos que deveriam ter sido expostos de imediato.

Brokeback Mountain (2005)

Fonte: Film Inquiry

Brokeback Mountain (2005), dirigido por Ang Lee, é um Western que conta a história de um romance proibido passado no meio das montanhas, ao longo de vinte anos. Os encontros entre Ennies Del Mar (interpretado pelo falecido Heath Ledger) e Jack Twist (Jake Gyllenhaal) fazem o espetador mergulhar nos anos 60, com uma relação homossexual que coloca a parelha em risco de vida. Os dois homens, com trabalhos agrícolas, conhecem-se na montanha Brokeback, onde se dá a consumação da sua relação secreta. Ao longo do filme assistimos às consequências de uma conjuntura social prejudicial, com a masculinidade tóxica a repercutir acontecimentos na vida destes dois homens. 

Esta história lenta, com visuais campónios de chorar por mais, permite ao espetador sentir a solidão por detrás do espaço apresentado, sempre com uma réstia de esperança de que tudo terminasse bem. Contudo, o contexto de tempo e sociedade não permitiram que a sua relação alcançasse diferentes patamares, culminando em dois homens infelizes a fingir o expectável papel que lhes foi entregue.

Fonte da capa: IMDb

Artigo revisto por Mariana Saião

AUTORIA

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A Laura não sabe estar quieta. Adora boas recomendações - especialmente de filmes bombásticos - e aceitou a oportunidade de ler mais sobre a área ao ser editora de Cinema e Televisão. A escrita sempre fez parte desta inquietude, com especial atenção para o despejar de emoções após uma sessão de cinema. Coloquem um bom neo-noir, fervam um bom chá de hibiscus e têm a sua companhia para sempre.