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Vacina portuguesa contra a malária está a ser testada

A vacina, desenvolvida por cientistas portugueses, vai começar a ser testada em humanos como parte de um ensaio clínico de combate à malária.

Criada por cientistas do Instituto de Medicina Molecular de Lisboa, a vacina pretende que o sistema imunitário humano consiga reconhecer o parasita responsável pela doença e combate-lo numa fase inicial em que os sintomas ainda não se manifestam.

A equipa, liderada por Miguel Prudêncio, usou o parasita da malária que infeta roedores – o Plasmodium berghei – e modificou-o geneticamente para obter uma proteína do parasita que contagia os humanos (o Plasmodium falciparum).

O ensaio clínico, que começa esta terça-feira na Holanda, vai envolver 30 voluntários saudáveis: adultos entre os 18 e os 35 anos. Numa primeira fase da experiência, procura avaliar-se os efeitos adversos da vacina; na segunda fase, será testada a eficácia da mesma.

O grupo de investigadores já tinha comprovado, com estudos anteriores feitos em coelhos e ratos, que os anticorpos criados eram eficazes na contenção da infeção e esses resultados positivos permitiram que a experiência avançasse para os testes clínicos em humanos.

“Para se ter a noção do grau de proteção, a vacina tem de ser testada em humanos”, declarou Miguel Prudêncio.
O ensaio clínico está a ser realizado em colaboração com o Centro Médico da Universidade de Radbound, na Holanda e com a PATH Malaria Vaccine Iniciative – entidade que coordena o desenvolvimento de vacinas contra a malária a nível mundial.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, e apesar dos avanços na luta contra a propagação da doença, em 2015 quase 430.000 pessoas morreram de malária, especialmente no continente africano.