Videoárbitro e fora de jogo: uma objetividade cruel e contranatura
A videoarbitragem está a gerar uma crescente controvérsia, um pouco por todo o lado. Inicialmente, só uma franja da comunidade do futebol se mostrava contrária à existência de um videoárbitro. Agora, passados os primeiros anos de algumas melhorias, com a possibilidade de revisão de lances decisivos, a pormenorização com que a tecnologia da linha de fora de jogo está a ser aplicada está a deturpar a essência do futebol.
Antes de existir a possibilidade de um videoárbitro visionar as imagens de um eventual fora de jogo, dizia-se que, em caso de dúvida quanto ao posicionamento do avançado, o fiscal de linha deveria deixar prosseguir a jogada. Atualmente, vemos situações como a que se sucedeu recentemente, num jogo da Premier League contra o Crystal Palace, com Patrick Bamford, avançado do Leeds, que estendeu o braço para pedir a bola na frente, acabando por ser milimetricamente assinalado um fora de jogo.
No também recente Everton – Liverpool, igualmente em contexto de Premier League, os reds apenas não triunfaram devido à descoberta de um fora de jogo do lance de Mané, pelo ombro, que poderia ter alterado o resultado final para 3 – 2. Há até dúvidas sobre se a linha estava ou não bem desenhada.
Tudo isto demonstra que a tecnologia da linha de fora de jogo está a descaracterizar o futebol. Consequentemente, golos são anulados em situações nas quais deveriam ser legais. Muitas vezes, os avançados jogam no limite do fora de jogo e isso faz parte!
Curiosamente, a tecnologia da linha de fora de jogo era vista como a ferramenta mais consensual trazida pela videoarbitragem. Porquê? Porque não levanta dúvidas. É objetiva. O problema é que se trata de uma objetividade cruel e contranatura.
O importante é que esta tecnologia auxilie na correção dos erros óbvios. Apenas isso.
Artigo revisto por Beatriz Campos
AUTORIA
É amante do futebol e da paixão pelo desporto desde muito cedo. Tem enorme brio naquilo que faz, no conhecimento que procura sobre esta área. Sonha ser jornalista desportivo e marcar pela diferença, por trazer o futebol jogado para a discussão.